Foto: Pablo Vergara
[Por Ívina Costa – NPC] Na última quinta-feira de março (30.03), mês em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, a jornalista e historiadora Claudia Santiago Giannotti foi homenageada com a medalha Chiquinha Gonzaga. A comenda foi entregue no Rio de Janeiro, pelo mandato de Renato Cinco, vereador do PSOL-RJ. Antes, Claudia falou sobre a história de luta das mulheres e a origem socialista do 8 de março.
Claudia coordena o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) – referência em comunicação para trabalhadores, professores e estudantes de todo país. Após atuar como coordenadora de comunicação em diversos sindicatos, fundou o Núcleo nos anos 1990, junto a seu companheiro Vito Giannotti.
Falar em Claudia é falar em Vito. Juntos, viveram um grande amor, se dedicaram a comunicação popular e sindical, e deram apoio a diversos movimentos sociais. A relação com os trabalhadores, estudantes e amigos foi sempre marcada pelo “olho no olho” e a participação conjunta nas lutas do povo. Outra característica que também norteou a vida do casal foi a preocupação com a formação política e cultural.
Em 2004, criaram o Curso de Comunicação Popular para formar moradores de favelas, estudantes e integrantes de movimentos sociais. Em 2015, após a morte de Vito, o curso recebeu o nome dele, numa forma de homenageá-lo. Este ano, o NPC realiza a 12ª edição do Curso Vito Giannotti de Comunicação Popular, com objetivo de estimular a criação de veículos de comunicação alternativos e apoiar os já existentes.
Outra iniciativa importante foi a inauguração da Livraria Antonio Gramsci, em junho de 2011. O espaço tem hoje uma função social, uma vez que é referência em assuntos como: comunicação, história dos trabalhadores, sindicalismo, direitos humanos, entre outros temas. O NPC é também uma editora. Já lançou inúmeras cartilhas e livros voltados à comunicação, entre eles “Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro ontem e hoje”, de Claudia Santiago Giannotti.
A preocupação com a democratização da comunicação é expressa todo ano, por meio da realização do Curso Anual do NPC. O evento reúne sindicalistas, jornalistas, professores e integrantes de movimentos sociais de várias partes do país, para pensar e discutir a comunicação voltada aos trabalhadores. A troca de experiências no curso é estimulada também pela realização de oficinas e visitas a comunidades, para enfatizar a importância da comunicação contra hegemônica.
Por essas e outras iniciativas Vito Giannotti recebeu o conjunto de medalhas do mérito Pedro Ernesto em 2015, após sua morte. Dois anos depois, sua companheira Claudia Santiago Giannotti é homenageada com a medalha Chiquinha Gonzaga. A comenda é entregue a personalidades femininas que se destacam em prol de causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais. “Essa homenagem é a mim, ao Vito e a todos os que compõem o NPC. Sou uma partezinha do trabalho feito pelo Núcleo no Rio e no Brasil. Estou muito feliz em representar todos eles”, disse ela ao jornal Brasil de Fato, antes da homenagem.