Foto: Mídia Ninja

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O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) informou na sexta-feira (28) que está reunindo fotos e vídeos para identificar as pessoas que agrediram militantes de esquerda na passeata do dia 20 de junho, no Centro do Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva, o presidente do PSTU no estado, Cyro Garcia, afirmou que houve uma ação articulada de grupos neonazistas e de ultradireita que partiram para a violência física contra militantes de partidos e movimentos sociais de esquerda. O objetivo do PSTU é entrar com uma queixa-crime e denunciar estes grupos à polícia.

Na manifestação que reuniu um milhão de pessoas na semana passada, 16 pessoas filiadas ao partido tiveram que receber atendimento médico após ser fortemente agredidas. Segundo Cyro Garcia, predominam nos protestos que estão nas ruas reivindicações típicas da esquerda, mas o movimento está em disputa. “Nós do movimento social vamos procurar manter a pauta e não vamos permitir que ele seja descaracterizado pela direita”, disse. Ele acha legítima a rejeição aos partidos expressada nas manifestações, mas aponta que grupos de extrema-direita querem aproveitar o sentimento popular de decepção com estas instituições democráticas para provocar ações violentas. “Nós queremos estar nas manifestações como sempre estivemos e com nossa integridade física garantida”, afirmou.

OAB-RJ recebe denúncias também sobre atuação da polícia

Para Cyro Garcia, militantes foram agredidos por grupos organizados de extrema-direita

Para Cyro Garcia, militantes foram agredidos por grupos organizados de extrema-direita

O presidente do PSTU-RJ fez críticas à ação da Polícia Militar, que tem reprimido os atos populares de forma generalizada. “A PM estendeu o terror a todo o conjunto da manifestação. É uma postura típica da polícia do Rio de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais”.

Na coletiva, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Aderson Bussinger Carvalho, informou que pretende encaminhar a denúncia do PSTU ao Ministério Público e às autoridades policiais assim que o material necessário for reunido. “Isso é um ataque à democracia”, apontou. “Não se pode ter qualquer concordância com atitudes desse tipo, independente de qual partido for”, disse. O advogado afirmou que tanto a OAB-RJ como o Instituto de Defesa dos Direitos Humanos estão recebendo denúncias da má atuação da polícia nas manifestações.