EBC

Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Foto: EBC

[Por Redação NPC – 20.06.2017]  Na última quarta-feira, dia 14 de junho, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal lançou uma nota “em repúdio às mudanças em curso na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que impedem o livre exercício da profissão e aprofundam as práticas de censura”.

O sindicato afirma que, nas últimas semanas, jornalistas que há anos desempenhavam as mesmas funções foram realocados de suas áreas de cobertura sem consulta prévia e treinamento. Isso teria acontecido após episódios de reclamações, por parte de integrantes do governo, em relação à coberturas realizadas nas áreas de política e educação. A nota também trata do esvaziamento da cobertura da agenda social, cujas pautas têm sofrido alterações. O Sindicato diz que tomará as medidas judiciais cabíveis para o livre exercício profissional dos jornalistas que trabalham na EBC.

Em fevereiro deste ano, o Senado Federal aprovou uma medida que mudou a estrutura administrativa da EBC. Foi extinto o Conselho Curador, único mecanismo de controle público da empresa, e o mandato do diretor-presidente da Empresa passou a ficar submetido ao presidente da República. Hoje a EBC conta apenas com uma ouvidoria e é presidida por Laerte Rímoli, desde que o presidente anterior, Ricardo Melo, foi exonerado por Temer.

 

Leia a nota na íntegra:

Nota em repúdio a mudanças na EBC, que caracterizam práticas de censura

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) vem a público repudiar mudanças em curso na Empresa Brasil de Comunicação, que visam tolher o livre exercício da profissão, bem como aprofundar as práticas de censura.

Nas últimas semanas, jornalistas da EBC foram realocados de áreas de cobertura sem consulta prévia, critérios transparentes e após episódios de reclamações de integrantes do governo com coberturas realizadas em áreas como política e educação. Chama a atenção do sindicato a perseguição a repórteres setoristas há mais de quatro anos em uma mesma área, com reconhecimento nacional, que estão sendo deslocados de forma arbitrária, sem treinamento, para outras áreas de cobertura que não guardam relação com suas trajetórias profissionais e formativas.

O esvaziamento da cobertura da agenda social, que já vinha sendo realizada com alterações na pauta e em cargos de gestão, revela a disposição da EBC e do governo para calar a diversidade de vozes da sociedade brasileira por meio do assédio moral e perseguição.

O SJPDF não será conivente com essas práticas e irá tomar as medidas judiciais cabíveis para garantir o livre e digno exercício profissional dos jornalistas que trabalham na EBC.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF Coletivo de Mulheres Jornalistas do SJPDF