henfil

[Por Alvaro Britto] O mineiro Henrique de Souza Filho, o Henfil, nascido em 05/02/1944 em Ribeirão das Neves, foi um dos maiores cartunistas brasileiros. Resistiu à ditadura com desenhos inteligentes e irônicos e é o autor da expressão “Diretas Já”, que marcou a campanha pela volta das eleições populares para presidente e pelo fim dos anos de chumbo.

Fez história no semanário O Pasquim, em companhia dos não menos brilhantes Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar e Ivan Lessa. Henfil morreu em 4 de janeiro de 1988, um mês antes de completar 44 anos, vítima do vírus da Aids, contraído em uma das transfusões de sangue a que era submetido periodicamente.

O cartunista era hemofílico, assim como seus irmãos o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o músico Chico Mário. Henfil teve um filho com Gilda, Ivan Cosenza, hoje responsável pela acervo da obra do pai. Recentemente, a Coleção Fradim foi relançada pelo Instituto Henfil, ONG batizados com o nome do artista.

É impressionante a atualidade das suas charges. Como ele mesmo disse: “Morro, mas meu desenho fica…”. Conheça ou relembre algumas delas abaixo. Temas como o julgamento de Lula na ditadura militar, a corrupção na CBF, o salário mínimo, direitos trabalhistas, agrotóxicos, salário dos professores, reforma agrária, sistema político, TV Globo, Diretas Já!, racismo, maconha, anticomunismo, entre outros, nos remetem aos dias atuais.

Henfil é o patrono do jornal alternativo Pavio Curto, lançado em 2001 e que estará voltando em 2018, agora também em versão digital. Ia esquecendo: Henfil era flamenguista e criador do Urubu! Viva, Henfil