Por Sheila Jacob

Marcha no Dia Nacional de Lutas. Foto de Pablo Vergara

Marcha no Dia Nacional de Lutas. Foto de Pablo Vergara


11 de julho foi o Dia Nacional de Lutas e Mobilizações
. Manifestações foram convocadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais em diversas cidades do país com pautas bem claras. Alguns dos pontos defendidos foram a jornada de 40 horas semanais sem redução do salário, contra as terceirizações, reforma agrária, investimentos em saúde, educação e transporte… O NPC acompanhou ao longo do dia a mobilização dos trabalhadores aqui no Rio. Os funcionários dos correios pararam, professores lotaram o Cine Odeon em assembleia do Sepe, agências bancárias estavam fechadas no centro da cidade, petroleiros trancaram a sede da Petrobrás contra os leilões do petróleo… Categorias se preparavam desde cedo para o ato unificado da tarde.

Por volta das 14h, a Rio Branco, na altura da Candelária, já começou a encher: bandeiras de várias cores, partidos e movimentos, cartazes com pautas diversas e também muitos policiais. Estava bonito ver tantas lutas reunidas: além dos sindicatos presentes, militantes diversos pediam a democratização dos meios de comunicação, contra as remoções, contra a violência policial e as UPPs, pela liberdade de atuação dos camelôs, contra a privatização do Maracanã e a elitização do estádio etc. Mas, ao lado de tanta coisa boa, havia também muito policiamento. Na ida da Cinelândia até a Candelária dava pra ver o tamanho da repressão anunciada, esperando um pequeno motivo para acabar com a manifestação. E foi isso que aconteceu: ao final, os cerca de 10 mil manifestantes foram surpreendidos pelo cerco policial e por bombas de gás lacrimogêneo que vinham de todos os lados. Lá do meio não dava para saber exatamente como começou, provavelmente com alguma provocação, mas a resposta do Estado armado foi desproporcional. Pessoas foram atacadas sem oferecer perigo algum, o centro da cidade parecia um cenário de guerra. A equipe do NPC que fazia a cobertura ao vivo da transmissão teve que sair correndo para a sede, na Cinelândia, e mesmo no 9º andar era possível sentir os efeitos do gás que tomavam as ruas naquele momento e faziam os olhos arder.

O Estado queria dar, e deu o seu recado: “fiquem em casa, pois não iremos aturar as ruas tomadas por reivindicações da classe trabalhadora”. A violência policial sofrida por moradores de favelas ficou evidente quando chegou ao centro da cidade. E também ficou clara a importância de veículos de comunicação alternativa, como o NPC e tantos outros, que naquele momento mostravam a legitimidade das manifestações que tomavam as ruas, e não reduziam o movimento à ação de “baderneiros” que mereciam a “resposta” dada pela polícia.

Mais do que nunca é hora de juntar forças pela desmilitarização da polícia, democratização dos meios de comunicação e tantas outras pautas que estavam nas ruas no dia 11/7.

É possível ver a transmissão que fizemos ao vivo nos seguintes links:

Protesto Rio 1

Protesto Rio 2