(Por Sérgio Domingues) Era 15 de janeiro, quando o menino nasceu em Lucca, Itália. A família Giannotti deu-lhe o nome de Vito, mesmo sendo aquele dia dedicado a Santo Amaro no calendário católico.
Mas ele contava que sua mãe julgava ter acertado em cheio no nome escolhido. São Vito também era conhecido por São Guido. E ambas as denominações batizam uma moléstia conhecida pelo nome de “Dança de São Guido” ou “Dança de São Vito”, que leva quem fosse por ela contaminado a agitar-se e mexer-se sem parar.
Realmente, o homem permite adivinhar perfeitamente o quanto era agitado o garoto. Vito, com seu vozeirão e típico gestual italiano, chacoalhava até os átomos e moléculas à sua volta. Sempre querendo mover coisas e pessoas conformadas a um mundo que tenta paralisar mesmo átomos e moléculas.
Era com essa fé que Vito apostava nas revoluções. Nas grandes e históricas, nas minúsculas e cotidianas. Sabendo que umas não acontecem sem as outras.
E é assim que a muitos de nós cabe a honra de ser devotos desse profano pregador da igualdade e da justiça. E, principalmente, da mais libertária confusão!