[Brasil de Fato] Os sites de alguns principais veículos de comunicação do mundo deram destaque, inclusive em suas home pages, aos atos ocorridos em mais de 200 cidades brasileiras nesta quinta-feira (30), nos quais cerca de 1 milhão de pessoas saíram às ruas para protestar contra os cortes na Educação promovidos pelo governo Bolsonaro. O britânico The Guardian chegou a afirmar que observadores consideram os atos de ontem “como os maiores protestos contra um presidente brasileiro recém-instalado em décadas”
Os protestos serviram ainda de convocatória para uma greve geral contra o processo de extinção de direitos, em curso desde que Bolsonaro assumiu a Presidência.
Confira:
The Guardian: “estudantes, pesquisadores e professores tomaram as ruas do Brasil para seu mais recente protesto em massa contra o que eles chamam de um ataque à educação cometido pelo presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro”. A matéria destaca: “Os esforços para reduzir drasticamente o financiamento para universidades federais – anunciado no mês passado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub – causaram uma indignação particular, levando ao que os observadores consideram como os maiores protestos contra um presidente brasileiro recém-instalado em décadas”.
A Al Jazeera, emissora do Catar, informou que os “ativistas no Brasil prometeram continuar sua luta contra cortes no orçamento da educação […] eles fazem parte de medidas que o governo diz serem necessárias para tirar o país de sua crise financeira. Mas os oponentes qualificaram isso como um ataque ao pensamento crítico”.
O diário argentino Clarín destacou que “essa é a segunda jornada de protestos pela educação, após as massivas mobilizações de 15 de maio contra o governo de direita que tomou posse em janeiro”.
A emissora multiestatal teleSUR, informou que “uma mobilização de norte a sul, protagonizada por estudantes, docentes e trabalhadores, está ocorrendo no Brasil nesta quinta-feira para protestar contra o corte na educação impulsionado pelo governo de Jair Bolsonaro”. A matéria conta ainda que os atos dão prosseguimento às manifestações iniciadas em 15 de maio.
O mexicano La Jornada afirma que os dois atos contra os cortes representam “a primeira mobilização social de envergadura enfrentada por Bolsonaro. Os estudantes anunciaram sua intenção de voltar às ruas”. Ainda segundo a matéria, “o ministro da Educação voltou a culpar os professores de estarem coagindo os alunos para que participem dos protestos”. No entanto, o jornal afirma que Bolsonaro baixou o tom de enfrentamento quando comparado às declarações feitas no dia 15, em que qualificou ou manifestantes de “idiotas úteis”.
O jornal russo RT também repercutiu as manifestações e afirmou que a tensão entre o governo Bolsonaro e os estudantes começou em 30 de abril, “quando o ministro da Educação anunciou que três universidades teriam uma redução orçamentária de 30%. O argumento era o de que essas instituições estavam realizando atividades políticas ao invés de demonstrar resultados acadêmicos”. A matéria destacou também que houve manifestações fora do Brasil. “Em cidades como Londres (Reino Unido) e Genebra (Suíça), aconteceram pequenas manifestações com cartazes para enviar mensagens de apoios do outro lado do mundo”.
Edição: João Paulo