Documentário sobre a luta dos metalúrgicos de São Paulo nos anos de 1978 e 1979. Mostra o clima de contraposição entre a diretoria pelega, amiga da ditadura desde 1964, e uma forte oposição sindical. A diretoria foi derrotada nas eleições de 1978 e, novamente, na votação dentro das fábricas, em 1981.

A história é narrada através de dois fatos condutores: o assassinato do operário Nelson Jesus, pelo dono da Metalúrgica Alfa, fábrica onde trabalhava; e a morte durante um piquete, na greve da categoria metalúrgica, em 1979, do líder oposicionista Santo Dias da Silva. O filme oscila entre contar a história dos dois operários assassinados, um pelo patrão e outro pela polícia, e narrar a saga da Oposição Sindical Metalúrgica em sua luta contra pelegos interventores daquele sindicato.

Santo Dias morreu durante a greve de nove dias, puxada pela oposição contra a vontade da diretoria oficial do sindicato. Através da voz de Santo Dias e de imagens de assembleias e manifestações, o vídeo percorre por dentro as fábricas metalúrgicas, leva o expectador a visitar as assembleias na rua, a participar de reuniões em Comunidades Eclesiais de Base e, finalmente, ao cemitério onde o metalúrgico foi enterrado. É uma aula que dá uma ideia daqueles anos turbulentos, acompanhando particularmente a Oposição Sindical Metalúrgica, um dos polos que darão origem ao que ficou conhecido como Novo Sindicalismo.

Sugestão de uso: Para reconstruir o clima político dos anos de explosão das greves de 1978 e 1979 e para a discussão em sindicatos, escolas e Comunidades Eclesiais de Base. O filme se completa com o outro documentário da época: Braços Cruzados, máquinas paradas.

Direção: Cláudio Kahns; 1983; 53 min.

Produção: Pastoral Operária/SP, Núcleo 13 de Maio.

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