Os argumentos relativistas contra os críticos da fotomontagem da Folha me fizeram lembrar de um negócio que eu pensei depois de ler um bocado de Carlo Ginzburg e Pierre Vidal-Naquet: ninguém é mais eficiente no combate ao relativismo epistemológico do que o historiador judeu. O historiador judeu é implacável. A inexistência do holocausto não é “um olhar”. É uma mentira. O holocausto aconteceu. É real. Como o racismo no Brasil é real. Como o sofrimento dos Ianomâmi é real. Não dependem do meu olhar. O historiador judeu não pode ceder à onda relativista que tem nos assolado nos últimos quarenta ou cinquenta anos, sob pena de ter que aceitar que o revisionismo histórico acerca do holocausto é um ponto de vista tão legítimo quanto qualquer outro. E obviamente não é. Eu acho que todos nós deveríamos ser um pouco mais historiadores judeus.

Via Facebook: Darlan Montenegro