[Por Rosângela Ribeiro Gil][1]
“Como é sua vida após a aposentadoria? Acordo com calma, venho para a sala e leio muito, leio tudo, jornais, revistas e livros. Converso muito com os amigos, com a vizinha [risos], com os familiares, curto os netos, só não vejo é televisão. A única coisa que vejo na televisão é futebol.” (Trecho da última entrevista da economista Maria da Conceição Tavares, publicada no primeiro semestre de 2019)[2]
Desconstruir o discurso jornalístico de conglomerados de comunicação, no Brasil, é questão de sobrevivência para saúde mental, convívio social parametrizado pelo lastro civilizatório e democrático e entendimentos políticos e econômicos mais confiáveis. Reflito, neste texto, sobre produções noticiosas de emissoras de televisão de sinal aberto, em poder dos grandes monopólios.
Em 1993, o sociólogo, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Ciro Marcondes Filho (1948-2020), iniciava “Jornalismo: fin-de-siècle”, vaticinando o domínio pleno do verbo e o império das palavras por estarmos “[…] envolvidos por toda sorte de discursos e de falas” (p. 15) em diversas dimensões, da publicidade, política, negócios, ao jornalismo e muito mais, na vida cotidiana.
Para ele, a televisão – veículo condutor de mensagens sociais (MARCONDES FILHO, 1988) – tem papel quase absoluto na cena narrativa dominante, constituindo-se em máquina instituidora do “grande discurso da irrealidade, que, por sua vez, é o único discurso social” (1993, p. 35).
Hoje, o meio eletrônico tem pares tão poderosos em matéria de proliferação de discursos, também intitulados jornalísticos. Mas, ainda assim, a supremacia televisiva não está abalada pela ascensão dos meios online. Dados do módulo Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC), de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam forte presença da radiodifusão (televisão e rádio) nos domicílios, apesar do crescimento de outros formatos comunicacionais, como os possibilitados pela internet e pelos dispositivos digitais.
Os números apontaram aumento de lares com aparelho de televisão, chegando a 71,5 milhões em todo o País. A pesquisa também mostra o tipo de serviço consumido por 95,3% dos lares com televisão: TV aberta (93,1%), TV por assinatura (41,5%) e plataformas de streaming de vídeo (43,4%).[3]
Escrever esta reflexão objetiva contribuir para o diálogo necessário sobre a circulação de notícias no Brasil, e compreender não estarmos “presos” apenas ao fenômeno das fake news alavancado pelas big techs[4]– grandes empresas de tecnologia e inovação cuja dominância no mercado econômico é imenso. Antes dessas, já éramos (somos) reféns das notícias do mainstream comunicacional em flerte com a meia verdade, a não-verdade e a desinformação.
Atentos e fortes
Gal Gosta, em “Divino, maravilhoso”, cantou vigorosamente “é preciso estar atento e forte”. Completo: sempre e também no consumo das notícias para revelar ou descobrir o encoberto. A luta de classes nunca será televisionada pela farsa da notícia-sem-lado da mídia monopolista.
Para o exercício de desintoxicação, deve-se compreender cada palavra, entonação oral e gestual (principalmente do rosto) de âncoras, apresentadores e repórteres dos telejornais, recursos infográficos e/ou imagens, ambientação da notícia, definição da pauta e dos entrevistados etc. Ao contrário do que se tenta passar, nada é natural.
A cena noticiosa não “nasce” como um fruto em árvore. A encenação é “mercadoria” (mas não o deveria ser), não fabricada por fresadora ou outro maquinário industrial. As ferramentas e os instrumentos são outros, e são mantidos longe dos nossos olhos para serem invisíveis para o público consumidor.
Sobre essa produção noticiosa, necessário saber: quem é o dono da emissora de televisão e do lucro, como ele se situa nas disputas sociais, políticas e econômicas, por exemplo. O passo seguinte compreende o processo profissional e técnico da construção da notícia em si, a questão implica: 1. Realização de reuniões regulares (diárias, quase sempre) de pauta com jornalistas, repórteres, editores-chefes, redatores, chefes de reportagem, entre muitos outros; 2. Não ter autonomia ou independência, a voz do dono sempre prevalecerá; 3. Definição do que vai ou não ser notícia para audiência de milhões de pessoas e da abordagem sobre o fato a ser apresentado, de forma negativa ou positiva (depende do interesse do dono da emissora).
O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social se dedica há mais de uma década à pesquisa sobre a concentração privada dos meios de comunicação de massa e como o fenômeno se reflete na “fabricação de consensos pouco refletidos” (2023, p. 24) no espaço público. Para existir e permanecer, o monopólio “exclui a diversidade cultural e social existente no Brasil e, sobretudo, as “fontes populares que possam interpretar os diversos acontecimentos a partir das consequências enfrentadas e das suas próprias vivências” (Ibidem, p. 24) e nos entrega a notícia em tom monocórdio.
Em síntese, a fabricação da notícia atende à pergunta: O que a empresa deseja ao falar ou não sobre um fato? Resposta: depende do lucro e poder envolvidos.
Notícia feita de lacunas e silêncios
Para manipular e dominar, a notícia precisa passar ideia de imparcialidade, objetividade, pluralidade e profissionalismo. Discurso institucional de todas as emissoras. Todavia, não será explicado à audiência sobre o lado da informação, conta bancária e posição político-ideológica.
O discurso noticioso é feito de lacunas, espaços vazios e silenciamentos. Não se diz tudo para não explicitar a divisão e a contradição política e econômica do sistema ao senso cotidiano e, em grande medida, até à consciência especializada em várias áreas do saber.
Segundo Marilena Chauí[5], a classe dominante dissemina ideias de forma ideológica como se elas não tivessem vínculo com a questão econômica ou nascessem de forma autônoma, “como se existissem desde sempre e, assim, orientam o sujeito social, a vida cotidiana, em suma, a sociedade em seu todo”.
Obtém-se o efeito de naturalização na ocultação da origem da notícia e transformação das relações sociais em voluntárias entre indivíduos, e não entre sujeitos sociais.
Quem é o mercado?
Quantas “notícias” não vimos nos telejornais falando sobre o humor do “mercado”: ou está bem, ou nervoso ou ruim? O que não se diz? Oculta-se a existência de classe que constitui o mercado. O melhor exemplo dessa prática é a polêmica da manutenção das altas taxas de juros pelo Banco Central (BC) sob a presidência de Roberto de Oliveira Campos Neto. Estrangula-se o desenvolvimento brasileiro em nome do “mercado”, mas isso não será notícia na TV Globo, ou nas outras emissoras.
Em 19 de junho último, a edição[6] do Jornal Nacional, cujo dono é a família Marinho, “pisou” na cara da sociedade brasileira ao noticiar que o BC do político (e não técnico) Campos Neto decidiu não abaixar os juros em prol da estabilidade do mercado. Milhões de brasileiras e brasileiros, sentados à frente da televisão, naquela noite, podem ter sido induzidos a aplaudir decisão inibidora do desenvolvimento econômico do País com reflexos diretos na geração de emprego e renda e na capacidade de crédito das pessoas, por exemplo.
O tom da notícia já estava na abertura lida por um concentrado, ereto e firme William Bonner ao ler o teleprompter, pontuando cada palavra dita acompanhada de leves gestos com a mão direita, como se quisesse dar materialidade ao dito:
Depois de sete cortes seguidos, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu manter sem alteração a taxa básica de juros da economia brasileira em 10,5% ao ano. E a decisão foi unânime.
A ênfase maior de Bonner, em 15 segundos iniciais, recai na frase final. Apesar de não ser palavra cotidiana, “unânime” exprime acordo ou concordância geral. Quem somos nós, pobres cidadãs e cidadãos nessa “fila do pão”, não é mesmo?
Para conferir veracidade ao discurso jornalístico-econômico, o telejornal apresentou especialistas, a “voz da autoridade”. O primeiro:
O economista Rodolfo Margato diz que, depois de semanas de dólar em alta, dúvidas sobre o controle das contas públicas e das críticas que o presidente Lula fez na terça-feira (18) ao presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, todos queriam saber o que o Conselho de Política Monetária tinha a dizer.
“Especialmente no que diz respeito a reforçar o compromisso com inflação na meta, de 3%, juros em patamares que sejam compatíveis com equilíbrio da economia”, diz Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos.
O segundo, para confirmar a decisão do conselho do BC:
O economista André Perfeito diz que o recado mais importante foi dado. “Eu acho que, nesse momento, a autoridade monetária resolveu mostrar um sentimento de unidade que vai tranquilizar o mercado e, no sentido até mais duro, talvez, de parar realmente o corte. Eles vão observar tanto o cenário externo para ver desdobramento de juros nos Estados Unidos – isso é uma das hipóteses que eles estão trabalhando – e também ver a questão fiscal no Brasil. É uma das outras questões que eles colocam no documento. Eu acho que ele foi desenhado, todo o comunicado dessa decisão é para tentar trazer um pouco mais de calma para o mercado”, opina André Perfeito.
A audiência é levada a acreditar que o BC tomou a melhor decisão: “mercado” ficou feliz. Grosso modo, a notícia do Jornal Nacional sobre os juros altos pretende criar evidências de consenso junto à audiência sobre o fato, inclusive ao silenciar vozes contrárias[7].
O tema juros altos precisava ser um debate público democrático com vozes diferentes para falar sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, naquela edição do Jornal Nacional. O debate público foi interditado ao excluir a diversidade de opinião[8].
A professora Simone Deos, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp), apresenta argumentação diferenciada sobre o fato. Na TV Unicamp, via YouTube, a docente fala sobre impactos na distribuição de renda e na concentração de riqueza e aponta para a necessidade de discutir se a taxa de juros é realmente o melhor instrumento para o controle da inflação no País, neste momento.
Até o dia 20 de junho de 2024, o vídeo[9] tinha pouco mais de 148 visualizações. Impossível imaginar a voz da professora na disputa informacional em termos de circulação social na proporção, tempo e amplitude do Jornal Nacional para a criação de evidências de consenso na sociedade brasileira. A audiência do telejornal alcança milhões diariamente[10].
Censura silenciosa e diária
O discurso econômico hegemônico precisa colocar posições diferentes e contrárias em desvantagem, ou mesmo ocultá-las, para não impedir a fomentação de evidências de consenso no debate público[11]. Quando se mantém posição de polêmica são criados lugares ideológicos e formas de interpretar e dizer em disputa.
Na contestação, reconhece-se o lugar do outro para dizer alguma coisa a mais naquela disputa. O pretendido é deixar o outro sem fala. A censura silenciosa é exibida, diariamente, nos telejornais. O Jornal Nacional faz isso com a vantagem de ser a maior audiência do País.
Ativismo político
A história é farta de exemplos da interferência direta da mídia televisiva – não só ela, todavia, neste texto, abordo esse meio pela amplitude da circulação social do discurso – na cena cotidiana do País.
O ativismo político da TV Globo, por meio do telejornal de maior audiência em território nacional, foi evidente na divulgação dos atos da Operação Lava Jato[12] do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol. As consequências da hegemonia discursiva no telejornalismo a favor da operação criaram ambientes ruidosos contra a institucionalidade brasileira. Os efeitos foram muitos e significaram rupturas dramáticas, culminando com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2016, e o encarceramento ilegal de Lula por 580 dias[13]. Os reflexos são sentidos até os dias atuais.
Caso flagrante da notícia ideológica do Jornal Nacional está na edição do debate entre os candidatos Fernando Collor de Mello (PRN) e Lula (PT), à Presidência do Brasil, levada ao ar em 15 de dezembro de 1989, dias antes do segundo turno das eleições. Em três minutos e 34 segundos (Amorim, 2015), sob as ordens diretas de Roberto Marinho, o telejornal ofereceu à audiência brasileira – naquele momento eleitores e eleitoras – “notícia” reunindo os piores momentos de Lula e os melhores de Collor no debate ocorrido no dia anterior (14), organizado por um pool de emissoras de televisão.
Segundo os pesquisadores Lucas Novaes, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e Alexsandros Cavgias (Universidade Ghent, Bélgica):
O eleitor exposto à edição feita pela TV Globo do último debate presidencial de 1989 inclinou-se a votar mais em Fernando Collor de Mello, então candidato do PRN, do que em seu adversário do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O efeito foi mais forte em localidades que não tinham acesso ao sinal de nenhuma outra emissora concorrente (Quem viu debate editado em 1989 votou mais em Fernando Collor, 21/06/2023).[14]
Como revela Amorim, a edição de 15 de dezembro de 1989, presente “em manuais do mundo inteiro que tratam de “televisão e manipulação de eleição”, alcançou 61 pontos no Ibope (2015, p.301).
Circulação ampla da telenotícia
Para refletir sobre manipulação dos grandes conglomerados de comunicação, a circulação social é fundamental. A mídia de massa, notadamente a televisiva, na sua proporção e amplitude, tem condições de produzir evidências (aquilo que não dá margem à dúvida) de consenso a favor ou contra determinado fato.
Sindicato de trabalhador, mídias alternativas ou movimentos sociais e populares não têm o mesmo poder de fazer circular, na sociedade, a sua versão dos fatos sobre política econômica, votações no Congresso Nacional prejudiciais à sociedade e ao meio ambiente, muito menos sobre a decisão recente do Banco Central em manter os juros artificialmente altos[15].
O formato circulante amplo de conteúdos jornalísticos garante vantagem à versão hegemônica do fato. O monopólio dos veículos eletrônicos de comunicação mantém a sociedade refém dos seus interesses, passando a ideia de ser de todos.
A circulação do discurso jornalístico do sindicato ou da mídia alternativa – Instituto Conhecimento Liberta (ICL), Brasil de Fato, Revista Fórum, TV dos Trabalhadores (TVT) e tantos outros – é incomparável à audiência nacional e imediata que alcança a televisão, baseada no modelo comercial implantado nos Estados Unidos na segunda metade do século XX[16].
A comunicação precisa ser vista para além do modelo de negócio dos veículos de massa – televisão, rádio etc. Formato impositivo de “barreira à entrada” para mídias alternativas sem poder político e econômico igual ao dos conglomerados. Primeiro, conseguir ou rever uma concessão[17] (sob poder do Congresso Nacional, dominado por parlamentares herdeiros ou donos dessas concessões[18]) é difícil. Na sequência, para estruturar rede de televisão com equipes profissionais e técnicas, aparelhagem moderna. O recurso dispendido é estratosférico.
O debate urge ser colocado de forma diferente, na perspectiva da democratização da comunicação, “como um direito humano” e “o coração de todas as relações sociais” (Intervozes, 2023, p.15).
O saudoso Vito Giannotti[19], com sabedoria política e humana, era incansável em dizer: “Todas as notícias têm lado, porra!” A questão é desvendar a faceta midiática para o grande público. A sapiência de Vito não cessa:
Eu prefiro falar de ideologia dominante ao invés de opinião pública. Podemos falar de opinião dominante, ou seja, a opinião da maioria. Esta não nasce do nada. Ela é criada pelos fatos. E quem é que define o que é ou não um fato? O que é uma notícia que merece ser levada ao conhecimento do público? Aí já começa a formação de opinião. E quem relata o fato é a mídia: rádios, TVs, jornais, revistas e, hoje a internet. E essa mídia não é neutra. Ela tem um lado: o lado da classe dominante.
[…]
A mídia dos inimigos da classe trabalhadora. Desgraçadamente, esta é muito forte. Tão forte quanto o capital que eles têm, quanto o poder que os patrões, que nós chamamos de burguesia têm. E existe a nossa mídia que infelizmente é fraca, magrelinha, absolutamente insuficiente. A mídia deles não tem obrigação nenhuma com a verdade, com a neutralidade, a imparcialidade. Ela tem dono, E dono tem classe e classe tem interesse de classe. Qual classe? A ‘deles’, evidentemente.[20]
As inquietações apresentadas se fazem na esteira de pesquisa para dissertação junto ao Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp) sobre discurso neoliberal do Jornal Nacional em relação à reforma trabalhista brasileira de 2017. Por força do estudo, “estou” audiência do Jornal Nacional e de outros programas da emissora de sinal aberto.
No acúmulo de leituras, aulas e orientações, é angustiante ver o “muito além da notícia” e se sentir impotente na contraposição do pretendido jornalismo “imparcial, objetivo e plural”.
A “tele-visão” de mundo, sociedade, economia, política e poder imposta pela monopolização da notícia às pessoas se (re)confirma nos espaços de entretenimento da emissora com a presença e aparição de editores e jornalistas em programas de auditório. Entre esses, Renata Lo Prete, Fátima Bernardes, César Tralli, Sandra Annenberg, William Bonner, Mônica Waldvogel, Nilson Klava, apenas em 2024, no Domingão com Huck. Fica o questionamento: É mais uma tentativa para validar a naturalização do discurso jornalístico da casa a partir da humanização de quem faz e lê a notícia?
[1] Jornalista. Atuou na imprensa sindical de 1985 a 2022. Formação extra no Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). Mestranda em Desenvolvimento Econômico no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp).
[2] Disponível em https://blogdaboitempo.com.br/2024/06/10/maria-da-conceicao-tavares-o-neoliberalismo-apodreceu-a-opiniao-publica-entrevista-margem-esquerda/. Acesso em: 10JUN2024.
[3] Ministério das Comunicações. Internet chega a 87,2% dos brasileiros com mais de 10 anos em 2022, revela IBGE. Disponível em: https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2023/novembro/internet-chega-a-87-2-dos-brasileiros-com-mais-de-10-anos-em-2022-revela-ibge. Acesso em: 31MAI2024.
[4] “Eis o pomo principal: a tão necessária conquista política e cultural da libertação dos signos (notícias, imagens, informações etc.) do cativeiro industrial-monopolista de massa e a transição comercial deles para o universo pós-industrial e algoritmizado de cabeças e mãos comuns culminaram numa exuberante produção simbólica coletiva tecnocraticamente enquadrada pela ideologia transnacional e hegemônica de modelos de negócios bilionários, propostos e gerenciados no ciberespaço pelas chamadas Big Techs (a maioria sediada ainda no Vale do Silício, na costa oeste dos Estados Unidos).” TRIVINHO, Eugênio Rondini. Infonegócios endofascistas: razões políticas e sociais para a regulamentação das plataformas digitais no Brasil. In: Revista Eco Pós. Disponível em https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28196/15463. Acesso em: 12JUN2024.
[5] Curso “O que é ideologia”, com a professora Marilena Chauí, organizado pelo Instituto Conhecimento Liberta (ICL), realizado em 08ABR2022.
[6] Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/06/19/em-decisao-unanime-copom-mantem-taxa-basica-de-juros-em-105percent-ao-ano.ghtml. Acesso em: 21JUN2024.
[7] KONCHINSKI, Vinicius. Queda da Selic só deve vir a partir de 2025, após a saída de Campos Neto. In: Brasil de Fato, de 20/06/2024. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/06/20/queda-da-selic-so-deve-vir-a-partir-de-2025-apos-a-saida-de-campos-neto. Acesso em: 21JUN2024.
[8] Políticos e entidades criticam manutenção de juros básicos. In: Agência Brasil, 19/06/2024. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-06/politicos-e-entidades-criticam-manutencao-de-juros-basicos#:~:text=A%20estabiliza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Selic%20gera,diminuam%20seu%20ritmo%20de%20consumo. Acesso em: 21JUN2024.
[9] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=V1gcCrXeusI. Acesso em: 21JUN2024.
[10] Kantar Ibope Media. Audiência de TV PNT TOP 10 – 10/06 a 16/06/24. Disponível em https://kantaribopemedia.com/conteudo/dados-rankings/audiencia-de-tv-pnt-top-10-10-06-a-16-06-24/. Acesso em: 21JUN2024.
[11] As reflexões sobre o silenciamento com a negação do espaço de crítica, a criação de evidências de consenso e a circulação social ampla dos meios de comunicação de massa, como a televisão, são elaboradas a partir de diálogo online com a professora Mónica Zoppi, do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL-Unicamp), em 10/10/2023. Meu agradecimento sincero à professora pela paciência em entender as minhas indagações e dúvidas sobre a Análise do Discurso.
[12] A mídia The Intercept revelou ao mundo o que foi de fato essa operação na série “Vaza Jato”. Disponível em: https://www.intercept.com.br/series/mensagens-lava-jato/. Acesso em: 21JUN2024.
[13] SCHUQUEL, Thayná. Quatro anos após prisão, Lula acumula vitórias na justiça; relembre. In: Brasil de Fato, de 07/04/2022. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2022/04/07/quatro-anos-apos-prisao-lula-acumula-vitorias-na-justica-relembre. Acesso em: 21JUN2024.
[14] Disponível em: https://www.insper.edu.br/conhecimento/historia-economica/quem-viu-debate-editado-em-1989-votou-mais-em-fernando-collor/. Acesso em: 13JUN2024.
[15] Outro lado sobre a decisão do Banco Central pode ser entendido pelas notícias do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) na matéria ICL protocola no Banco Central pedido de informações sobre Relatório Focus, de 04/06/2024. Disponível em: https://iclnoticias.com.br/icl-banco-central-relatorio-focus/. Acesso em: 21JUN2024.
[16] “Também no século XX, como parte de um processo mais amplo de industrialização, o mercado de comunicação se desenvolve no Brasil a partir do surgimento dos meios eletrônicos de massa (rádio e televisão). A importância do modelo estadunidense de concessões – centrado no controle privado do serviço público – acabou por estabelecer os players desse novo e lucrativo negócio: na maior parte, homens brancos proprietários de terras e envolvidos na vida pública do país. (Quem controla a mídia? Dos velhos oligopólios aos monopólios digitais. São Paulo: Veneta; Coletivo Intervozes, 2023, p. 278).
[17] “Em qualquer modalidade de prestação dos serviços de radiodifusão, a outorga depende de solicitação inicial dos interessados feita ao Ministério das Comunicações que, a depender de sua disposição política, imprime maior ou menor velocidade aos processos. Antes da Constituição de 1988, a outorga para a exploração do serviço de rádio e TV era feita a partir da vontade exclusiva do Executivo Federal. A partir da aprovação da nova Constituição, a posterior aprovação do Congresso Nacional passou a ser necessária para validar o ato do Executivo, procedimento que em tese deveria trazer maior transparência ao processo. Até 1995, entretanto, a indicação do Executivo ao Congresso Nacional daqueles que deveriam ser os concessionários permanecia sem critérios transparentes. Esse procedimento só foi rompido com o Decreto 1.720/95, que estabeleceu a necessidade de licitação para a outorga das concessões e permissões. Na prática, contudo, o maior peso no processo concorrencial tem sido dado à proposta econômica em detrimento dos preceitos constitucionais de acesso à informação, cultura e educação, por exemplo.” Resumo Executivo. Coletivo Intervozes | Coletivo Brasil de Comunicação Social. Disponível em https://intervozes.org.br/arquivos/interdoc002piarcfb.pdf. Acesso em: 21JUN2024.
[18] Levantamento do Intervozes revela quem são os políticos donos da mídia nas Eleições 2022. Disponível em https://intervozes.org.br/levantamento-do-intervozes-revela-quem-sao-os-politicos-donos-da-midia-nas-eleicoes-2022/. Acesso em: 21JUN2024.
[19] VITO GIANNOTTI: o homem que virou semente. Disponível em: https://vitogiannotti.org.br/?page_id=392. Acesso em: 21JUN2024.
[20] VITO GIANOTTI: Por onde anda a verdade?!, 21/08/2012. Disponível em: https://quimicosunificados.com.br/entrevistas/vito-gianotti-por-onde-anda-a-verdade/. Acesso em: 21JUN2024.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, Paulo Henrique. O quarto poder: uma outra história. São Paulo: Hedra, 2015.
BANDEIRA, Olívia, Org.; Mendes, Gyssele, Org.; Pasti, André, Org. Quem controla a mídia? Dos velhos oligopólios aos monopólios digitais. São Paulo: Veneta; Coletivo Intervozes, 2023.
MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna, 1988.
MARCONDES FILHO, Ciro Marcondes. Jornalismo: fin-de-siècle. São Paulo: Página Aberta, 1993.