O Jornal Vozes das Comunidades nasceu no ano de 2004, fruto da necessidade dos alunos de Comunicação Popular do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) escreverem matérias sob uma perspectiva pouco discutida pela grande mídia. Os alunos formados pelo NPC, com o apoio dos professores e coordenadores do curso, discutem as pautas e se organizam para escrever e desenvolver reportagens que tratam de assuntos do nosso cotidiano.
Em 2024, ano em que o curso de Comunicação Popular do Núcleo Piratininga de Comunicação completa 20 anos de existência, a capa apresenta a pauta que está na origem do curso e que segue atual: a violência contra a juventude negra. O Curso de Comunicação Popular do NPC foi criado pouco tempo após o episódio que ficou conhecido como Chacina do Borel, quando 4 jovens foram assassinados pela polícia na favela da zona norte do Rio de Janeiro. Foi o contato com essa realidade e com as pessoas que estavam vivendo essa tragédia que nos desafiou a começar esse trabalho. E esse cenário de violência, infelizmente, segue grave. De acordo com dados do Atlas da Violência divulgados em junho deste ano, entre 2012 e 2022, em média, 111 pessoas negras foram assassinadas por dia no Brasil. Mais da metade tinha entre 15 e 29 anos.
Além de segurança pública, a edição traz também matérias sobre saúde mental, saúde da mulher, mobilidade urbana, cultura, fome, moradia e comunicação popular.
Encontro com o Grito
Nosso jornal é lançado sempre no dia 7 de setembro, durante o Grito dos Excluídos, no Rio de Janeiro. O ato do Grito dos Excluídos leva para as ruas as pautas e a luta de grupos e povos que, ao longo da história, foram silenciados e invisibilizados.Nossas vozes se somam a esses gritos. Este jornal é fruto da colaboração de quem acredita em uma comunicação feita pelo povo e para o povo. Boa leitura!