Rogério Almeida

Corações despedaçados flutuam na baía. 
O urubu tudo espia. No cais nada de alegria. 
A cela domina vencidos. 
Vencidos empurram o dia. 
Carro alegórico pesado. 
A noite alta oculta derrotas. 
Um punhado de lágrimas quebra o silêncio.
Num baque só. Como uma boa morte. 
O vigia de um olho só guarda o farol.
Um samba triste consola a solidão de Maria. 
Mulher que se ergue obrigada. Todos os dias. 
Ovada ou não. Feliz ou não. Com fome ou não. Amada ou não.
Com o coração despedaçado…