Na ocasião, cerca de 300 estudantes protestavam contra uma reestruturação político-acadêmica, chamada Redesenho Institucional. Os estudantes acusam a reitoria de usar provas falsas contra eles, como fotografias feitas pela Assessoria de Comunicação Institucional da PUC depois da invasão da Tropa de Choque da Polícia Militar para dissolver a ocupação.
Segundo o movimento estudantil, os estragos fotografados foram feitos pela própria PM. Os estudantes, inclusive, tinham criado uma Comissão de Patrimônio para evitar que qualquer dano fosse causado aos bens da universidade e que qualquer estrago servisse para criminalizar o movimento. Uma preocupação necessária dos estudantes, mas que foi em vão.
“A divisória que havia sido retirada pelos estudantes foi por completo destruída pela Tropa de Choque, com muitos pontapés e cassetetes. Várias salas que haviam sido trancadas pela Comissão de Patrimônio da ocupação foram arrombadas pelos policiais, que destruíram equipamentos, jogaram cadeiras, e retiraram os objetos de onde estavam. Diversos cartazes escritos Não mexa”, produzidos pelos estudantes, foram arrancados”, descreve trecho do texto divulgado pelo movimento estudantil.
Além do processo criminal, há também um processo administrativo e um civil contra o movimento. No dia 21, os quatro estudantes acusados no processo criminal prestaram depoimento no Fórum Central Criminal da Barra Funda.
“O depoimento dos quatro estudantes foi considerado por eles como positivo. A juíza os ouviu e registrou alguns argumentos. Não é possível divulgarmos neste momento a linha adotada pelos estudantes para comprovar que não houve danos ao patrimônio. Isso poderia atrapalhar sua defesa judicial”, afirmou ao NPC o Centro Acadêmico Benevides Paixão, dos estudantes de comunicação da PUC.
Uma nova audiência está marcada para o dia 18 de setembro, às 13 horas, no Fórum Criminal da Barra Funda. Os estudantes estão organizando para o dia 15 ou 16 de setembro, um júri simulado, com a presença de advogados conhecidos ligados aos direitos humanos com o objetivo de pressionar a reitoria. Estão sendo colhidas moções de apoio aos estudantes da PUC para serem anexadas ao processo.
“Estamos realizando reuniões entre estudantes, professores e funcionários para a articulação de um Congresso Geral da PUC. Deste comitê organizamos assembléias de curso, atividades de debate e agitação. Na outra semana, iniciaremos a agitação através do Jornal do Congresso. Para nós, os problemas da PUC-SP – entre eles, a repressão – só podem ser resolvidos pela comunidade, com força e coesão”, informam os estudantes.
O movimento estudantil da PUC São Paulo está recebendo mensagens de apoio pelos endereços eletrônicos cabenevidespaixao@ yahoo.com.br (Centro Acadêmico Benevides Paixão, de comunicação) e apropuc@uol. com.br (Associação dos Professores da PUC).