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A quem interessa vender uma beleza inalcançável? De que maneira a mídia manipula nossa consciência em nome dos interesses do mercado? Quais são as conseqüências para as adolescentes de hoje? Onde entram as “diferentes” – gordinhas, velhas, negras – nesse sistema?  

O livro A beleza impossível – Mulher, mídia e consumo, da psicóloga Rachel Moreno, responde a essas e outras perguntas de maneira crítica. A obra também aponta caminhos para que as mulheres possam se defender das armadilhas diárias, presentes nas TVs, revistas e jornais. A autora faz uma análise antropológica, histórica e política desse comportamento e procura alertar as mulheres – e também maridos, pais, educadores – sobre os riscos da “ditadura da beleza”.

Como Rachel Moreno lembra, a mídia imprime nas mulheres um ideal de beleza mercantilizado, artificial e muitas vezes inatingível. As que não se encaixam nesse padrão se sentem excluídas e humilhadas.  

Cada vez mais, meninas e mulheres se submetem a tratamentos diversos para emagrecer, afinar a cintura, alisar os cabelos. O livro mostra que a busca desse ideal de beleza acaba comprometendo a saúde delas. Fazem regimes desumanos e se submetem a cirurgias que muitas vezes geram resultados negativos.

Uma pesquisa internacional promovida por uma multinacional da área de cosméticos mostrou que as brasileiras estão entre as que têm a auto-estima mais baixa. É provável que essa situação seja uma conseqüência do modelo de beleza eurocêntrico e inalcançável para a realidade nacional. De acordo com o levantamento, elas se submeteriam a todo tipo de intervenção estética para se sentir belas.  

Rachel Moreno atenta para a importância de as mulheres se unirem contra esse ideal imposto. Para isso, elas devem procurar valorizar mais o caráter e a personalidade. “As gerações futuras, e talvez parte desta, se beneficiarão enormemente de um discurso construtivo e diverso com relação aos valores e à beleza”, conclui a autora.

                                                          [Com informações do Instituto Patrícia Galvão] 

Leia a resenha do livro feita pela psicóloga Viviane Campagna