Por Mike Collett-White de VENEZA (Reuters)

O diretor de cinema Oliver Stone afirmou que os meios de comunicação dos Estados Unidos e o governo norte-americano têm buscado demonizar o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e também outros dirigentes esquerdistas sul-americanos. Ele argumenta, em um novo filme, que os presidentes da América do Sul teriam direito de enfrentar Washington.

Chávez, que viajou a Veneza para assistir à estreia do filme, fez fama por suas críticas abertas às políticas dos EUA. E, no documentário de Stone “South of the Border”, ele é retratado como um herói do povo que se nega a ser intimidado.

O filme inclui não apenas entrevista com Chávez, mas também com outros seis líderes da América Latina, como Fidel Castro.

“Creio que o filme, se você assistiu, mostra muito claramente o nível de estupidez em declarações que são feitas sobre o senhor Chávez”, afirmou Stone a jornalistas em Veneza, onde o filme estreou mundialmente neste segunda-feira.

“Mas não queria fazer um filme sobre os ataques dos meios norte-americanos. Sentia que seria demasiado pequeno para o que represente este homem. Este homem é um grande fenômeno”, acrescentou.

De acordo com Stone, dessa forma, foi feita uma “espécie de filme de viagem para visitar outros presidentes, e vimos o lado positivo do que está acontecendo, a mudança na região. É um fenômeno histórico muito importante que é ignorado na América”.

Chávez, cercado por guarda-costas, caminhou junto com Stone, dando autógrafos e posando para fotografias como uma estrela de cinema, antes do lançamento do filme no Festival de Veneza.

“O que está ocorrendo na América Latina, ali há um movimento de Renascimento”, afirmou o presidente venezuelano a jornalista.

“South of the Border” combina vídeos redes dos Estados Unidos, declarações de comentaristas sobre Chávez, comparado por um deles a Hitler, com entrevistas e notícias da inquietação da América do Sul na última década.