No dia 20 de fevereiro, a partir das 11h, no Memorial da Resistência de São Paulo, será apresentada a peça Filha da Anistia. O espetáculo fala sobre a busca de Clara pelo pai que nunca teve a oportunidade de conhecer. O encontro revela um passado de mentiras, perseguição e mortes, fatos ocorridos durante o período dos anos de chumbo no Brasil.
Após a apresentação será realizado um debate com o elenco e integrantes do Núcleo de Preservação da Memória Política do Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo. Também será feita uma homenagem à família de Antonio Raymundo de Lucena, assassinado exatamente há quarenta anos, no dia 20/02/1970. Ele foi membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e era também conhecido como “Doutor”.
A família do militante foi presa pela Polícia do Exército, e submetida à tortura. Ariston Lucena, seu filho mais velho, foi preso após um cerco na área do Vale do Ribeira, e passou quase 10 anos preso. Já a companheira de Antonio, Damaris Lucena, depois de presenciar a morte do marido na frente dos filhos, foi libertada com três filhos após ser trocada no sequestro do cônsul japonês, Nobuo Okuchi. Ela se exilou primeiramente no México e, posteriormente, em Cuba, onde reconstruiu a vida. A família retornou ao Brasil após a Anistia, e procura pelo corpo do militante assassinado, provavelmente enterrado numa vala clandestina do Cemitério de Vila Formosa.