Em dezembro de 2009 será realizada no Brasil a 1ª Conferência Nacional de Comunicação com o tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”.
Mas, para que a etapa nacional em dezembro seja realizada, é necessário que aconteçam as etapas municipais ou regionais e estaduais. Com isso, existe a chance de que a conferência trate de temas que interessam a todos, principalmente a camada da população excluída das discussões políticas e sociais pelos grandes meios de comunicação do país.
Na audiência pública realizada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), no último dia 22 de junho, foi compartilhada pelos presentes a certeza de que a luta será árdua. Também foi ressaltado que somente com a mobilização de todos, imprensa alternativa, movimentos sociais, sindicatos de classe, organizações civis, enfim, toda a sociedade organizada, a conferência será representativa.
O Cabistão esteve presente na Audiência Pública e entrevistou a representante do Conselho Regional de Psicologia na Comissão Rio Pró-Conferência, Noeli Godoy. Ela disse que a luta para se chegar até a convocação da conferência pelo governo foi grande, e que foram necessárias várias alianças e muita pressão popular. Para Noeli, o principal legado que ficará dessa conferência é a mobilização e a força do movimento social no Brasil. “A possibilidade de discussão da democracia nos meios de comunicação já é um grande avanço, mesmo que não haja grandes mudanças no panorama atual”, avaliou.
A representante do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Roseli Goffman, falou sobre a dificuldade de mobilização de diversos atores sociais. Para ela, é importante trabalhar com o sentimento de exclusão social, pois “a partir do momento que essas pessoas se sintam incluídas no debate, elas se mobilizarão e passarão a sentir que o direito à comunicação também é delas”.
Mobilização na Região dos Lagos
Qual será a comunicação que queremos em nosso
país? Uma comunicação feita de forma mais plural, que chegue a todos sem distinção de classe social, de forma clara, objetiva e com conteúdo democrático? Ou uma comunicação parcial, concentrada e excludente, como a que temos hoje em dia? Com a palavra a conferência.
*Many Pereira é aluna do Curso de Comunicação Comunitária de Arraial do Cabo, promovido pelo NPC.