Publicado em 6.01.11 – Por Rede Contra a Violência

As favelas do Rio têm sofrido com a retomada maciça das remoções, transformada novamente em uma política de Estado, assim como era nos governos estaduais do período ditatorial, como foi o caso de Carlos Lacerda e Negrão de Lima. Neste período foram removidas aproximadamente 160 mil pessoas.

 
Atualmente, o governo municipal, justificando de variadas maneiras (“área de risco”, meio ambiente, obras de “interesse público”), tem levado a cabo, através especialmente da Secretaria de Habitação e das subprefeituras, uma ampla política de remoções de comunidades. No início do ano passado foi divulgada uma lista com 119 favelas a serem eliminadas. A estas comunidades juntaram-se aquelas que sofreram com as chuvas de abril e as que querem remover por conta das obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Hoje dá um total de algo próximo de 150 comunidades.
 
Dentre as comunidades ameaçadas encontra-se a Metrô-Mangueira, que está localizada próxima ao estádio do Maracanã e à UERJ. A prefeitura pretende utilizar a área para a Copa do Mundo que, segundo informações, seria para a construção de um estacionamento. Como sempre, os moradores ficaram sabendo “de ouvir falar”, pois o poder público nunca estabeleceu um diálogo. A “alternativa” dada pela prefeitura foi uma casa no bairro de Cosmos, aliás, para onde a prefeitura quer levar mais de 100 comunidades.

Diante do desrespeito ao direito à moradia, os moradores estão resistindo e lutando para que nem suas casas, muito menos suas vidas sejam completamente destruídas por interesses que lhes são estranhos. Uma das ações é a circulação de um abaixo-assinado online, que pode ser acessado a partir do link abaixo: