Foto: Rodrigo Paiva - Estadão

Foto: Rodrigo Paiva – Estadão

A Associação Brasileira de Imprensa promove o debate “Violência contra Jornalistas” na próxima quarta-feira, dia 21, às 18h30, na Sala Belisário de Souza, no 7º andar do edifício-sede da entidade (Rua Araújo de Porto Alegre, 71).

Participam do evento a jornalista Paula Mairan, presidente eleita do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJMRJ), o sociólogo Paulo Bahia, professor da UFRJ, Margarida Pressburger, membro do Subcomitê para Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes (SPT), da ONU, e representantes do coletivo Narrativas Independentes Jornalismo e Ação –Mídia Ninja. A mediação é de Alcyr Cavalcanti.

O Brasil é um dos países onde agressões a jornalistas e radialistas têm aumentado a cada dia. O uso exagerado da força policial e o emprego de armamento de baixa letalidade têm produzido resultados alarmantes, atingindo indiscriminadamente manifestantes e profissionais da comunicação no exercício de suas funções. A ABI vai debater essa triste realidade de nossos dias, que pode levar a uma escalada de violência a níveis incontroláveis.

A Nota pública da Diretoria eleita do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro reflete bem a posição da comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI. É uma ótima reflexão sobre o papel da imprensa e a importância do debate de quarta-feira na ABI.

Nota pública 

“Não podemos admitir que jornalistas atuantes na cobertura das manifestações populares por direitos se tornem alvo de qualquer grau de violência ou do cerceamento ao seu trabalho. Nem por agentes do Estado, nem por manifestantes. Mas não podemos admitir que, no afã de defender a nossa categoria, caiamos na armadilha de criminalizar os movimentos de protesto organizados por diferentes setores da população. Assim como os manifestantes não podem criminalizar jornalistas no intuito de lutar pela democratização da comunicação e contra o monopólio da mídia por alguns poucos grupos políticos e empresariais. 

Assim como sem jornalismo ético e responsável não existe democracia, também não existe democracia sem a garantia do direito à livre manifestação política da população. Um direito não pode se tornar antagônico em relação ao outro. Pelo contrário, defendemos, inclusive, a união de todos na luta pela democratização da comunicação. 

Por isso, consideramos que qualquer solução para esse impasse não pode passar pelo irresponsável acirramento de ânimos em torno desse falso antagonismo. Nesse sentido, reivindicamos a realização de um debate mais profundo sobre o problema. Propomos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal a realização de uma audiência pública sobre o tema da Liberdade de Imprensa, com a participação das entidades representativas dos jornalistas, porta-vozes dos manifestantes, OAB-RJ, Ministério Público e Segurança Pública. 

A liberdade de imprensa, junto da liberdade de expressão, é pilar da democracia. E o papel de mediadores sociais dos jornalistas na sociedade é fundamental para a garantia do Estado Democrático de Direito. Sob essa premissa, mesmo antes da posse, programada para 26/8, como diretoria recém-eleita do Sindicato dos Jornalistas, a nossa intervenção é exigida neste momento em defesa da nossa categoria e da própria democracia. Dada a insatisfação com o tratamento dispensado pela atual gestão sindical que se encerra por agora, resta-nos agir diante de uma situação que consideramos emergencial e perigosa para todos.” 

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2013.