Autor: Eric de Almeida
A suja história da eugenia: Estados Unidos
[Do blog Pílulas diárias (10/5/2023), por Sergio Domingues] Continuamos destacando algumas das terríveis consequências da eugenia, descritas no livro “Labirintos do Fascismo”, de João Bernardo. Os casos abaixo ocorreram nos Estados Unidos.
Em 1896, em Connecticut, a legislação local proíbe o casamento de deficientes mentais, alcoólicos, pessoas com doenças venéreas e dos considerados anormais, caso a noiva estivesse em idade de procriar.
Em 1907, uma lei de Indiana permitia a esterilização sexual forçada dos deficientes mentais, presos e residentes em abrigos para indigentes. Dois anos depois, o estado de Washington adotou medidas de esterilização compulsiva para criminosos reincidentes e estupradores. O mesmo fez a Califórnia em relação a criminosos e crianças com deficiências mentais. Nevada seguiu o exemplo e autorizou a esterilização de criminosos reincidentes, e Iowa de criminosos, deficientes mentais, bêbados, drogados, epilépticos e dos pervertidos moral ou sexualmente. Nova Jersey promulgou legislação idêntica em 1911, assim como Nova Iorque, no ano seguinte.
Finalmente, em 1927, a Suprema Corte admitiu a esterilização sexual dos criminosos e dos deficientes mentais. Desse modo, de 1907 à década de 1960, cerca de 70 mil pessoas teriam sido esterilizadas sexualmente contra sua vontade. A grande maioria delas, mulheres.
A eugenia encontrou toda essa aceitação em terras americanas porque a doutrina que justificou a fundação dos Estados Unidos era o “Destino Manifesto”, segundo a qual os brancos daquele país formavam o povo eleito por Deus para civilizar o mundo. De modo que expandir territorialmente os Estados Unidos era “realizar a Providência Divina”.
Tudo isso muito antes de Hitler com sua defesa da criação de um “espaço vital” para os arianos, às custas do massacre de “povos inferiores”.
consulte Mais informaçãoSindicalista perseguido pela ditadura é reintegrado ao posto de trabalho após 59 anos
Demitido há quase 60 anos atrás, o bancário Osmar Ferreira, agora idoso com 80 anos, conquistou finalmente o direito de retomar seu trabalho. Em 1964, por ser dirigente sindical, Osmar, que então tinha 21 anos, foi preso e torturado por agentes da ditadura militar. Ao ser solto, foi demitido do Banco Bahia, onde trabalhava. Em 1983, com a redemocratização do país, Osmar entrou na Justiça pedindo anistia política, o que ocorreu em 2011. A anistia possibilitou uma ação trabalhista, via sindicato, exigindo reparação pela demissão. Finalmente, em abril, ele foi reintegrado ao Bradesco (que incorporou o Banco Bahia em 1971) no posto em que trabalhava. | Leia matéria completa.
consulte Mais informaçãoDocumentário resgata memória de poetisa comunista internada em manicômio
O Brasil é um país sem memória e Sergipe não é uma exceção. Muitas mulheres e homens valorosos, com histórias extraordinárias, são esquecidos e permanecem assim para sempre. É o caso da fantástica escritora, intelectual, poetisa e comunista Jacinta Passos. Em 2022, meio século depois de sua morte, o documentarista, educador e produtor cultural Sérgio Borges resgata a memória da poetisa comunista através do documentário “Jacinta Passos, Se Quiseres Amar”, que narra os últimos anos de sua vida. Nascida em família tradicional de Cruz das Almas, interior da Bahia, Jacinta rompeu todos os limites impostos por sua época e situação social e fez da poesia arma de esplendor e guerra, conforme conta a sua biografia. Pedagoga, casada com James Amado, irmão de Jorge Amado, Jacinta entra para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1944. Nos anos 1960, muda-se para Barra dos Coqueiros, região metropolitana de Aracaju, onde participa das ações políticas do PCB. Com o golpe militar de 1964, Jacinta é presa e torturada. Como ela respondeu às torturas no Quartel do Exército com poesia, foi considerada louca e levada para o manicômio Adauto Botelho e, em seguida, internada para sempre na Clínica Santa Maria, onde morre, aos 57 anos, em 28 de fevereiro de 1973. Para o coletivo Mangue Jornalismo, esse documentário é rigorosamente jornalístico, necessário e precisa ser visto. | Assista, comente e compartilhe.
consulte Mais informaçãoTeatro documentário em cartaz na temporada de ocupação do Teatro Dulcina (RJ)
Está em cartaz no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, a mostra O Teatro como Documento. As apresentações acontecem toda quarta e quinta-feira de maio, a partir das 19 horas. A ocupação artística capitaneada pelo coletivo En La Barca cuja programação é composta por três trabalhos criados a partir dos princípios do Teatro Documentário. Os espetáculos apresentados são: nas quartas-feiras a programação é composta por dois solos narrativos inéditos nos palcos – ELEITOR, ESCUTA! e UM HOMEM SEM IMPORTÂNCIA -; e nas quintas-feiras a programação fica com o projeto A CASA E O MUNDO LÁ FORA – Cartas de Paulo Freire para Nathercinha. O Teatro Dulcina fica na Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro/RJ.| Acesse e saiba mais.
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