Democratização da Comunicação é tema de Conversa de Bar no Rio
O Conversa de Bar é uma iniciativa do mandato de Inês Pandeló, em que se discutem temas...
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consulte Mais informaçãoPor Gaudêncio Frigotto[2] A educação seja ela escolar seja a que se da nos movimentos e práticas sociais não está pendurada na sociedade. Ela é parte constituída e constituinte destas sociedade e, no interior ...
consulte Mais informaçãoNo governo Dilma o leilão do pré-sal não é privatização, mas, sim, partilha. A transferência para a iniciativa privada da gestão das estradas, aeroportos e portos não é privatização, mas, sim, concessão. As várias modalidades de transferência e uso da propriedade estatal se transformaram na realidade em uma batalha semântica. O governo insiste na sua versão de que nada disso é privatização e, evidentemente, tem motivos de sobra para isso. Não quer de forma nenhuma dar o braço a torcer na recaída ideológico que se submeteu dando, assim, argumentos aos tucanos de que se renderam finalmente as suas teses, pois, afinal, suas duas ultimas vitorias eleitorais foram obtidas no ringue da estatização versus privatização. Em plena campanha eleitoral em 2010, a candidata Dilma disse com todas as letras: “É um crime privatizar o pré-sal”. | Por Fernando Safatle | Continue lendo.
consulte Mais informaçãoNo dia 29 de outubro, ocorreu na Câmara Municipal do Rio de Janeiro uma audiência pública sobre o Canal da Cidadania, previsto pela portaria 489/12 do Ministério das Comunicações. A convocação da audiência foi feita pela Comissão de Educação e Cultura, presidida pelo vereador Reimont (PT/RJ). O objetivo foi ampliar o debate sobre esse assunto pouco conhecido por muitos brasileiros e que pode ser “uma revolução da comunicação televisiva”, segundo Reimont. Outro objetivo é sensibilizar a Prefeitura para solicitar o canal até junho de 2014, quando se esgota o prazo. O Canal da Cidadania faz parte do conjunto de canais públicos do Sistema Brasileiro de TV Digital. Ele terá quatro faixas de programação: uma para o poder público estadual, outra para o poder público municipal, e duas destinadas à sociedade civil. Essa novidade pode incentivar a participação popular e fomentar a produção audiovisual independente, de caráter local. É a oportunidade de movimentos sociais e sindicais se apropriarem desse veículo de informação estratégico e entrarem pra valer na disputa de ideias com os outros meios empresariais. “Este programa vai ao encontro do anseio de parte da sociedade, que é a democratização da comunicação. Não podemos mais conviver com o fato de que a comunicação está concentrada nas mãos de seis famílias brasileiras”, explica Reimont em entrevista ao Boletim NPC.
consulte Mais informaçãoPor Tatiana Lima, em 29/10/2013
Cara redação do Jornal Hoje,
Como vocês têm coragem de fazer uma narrativa dessa para a pauta do adolescente Douglas que morreu com um tiro da PM?
Vocês chamaram pessoas revoltadas com a morte de um pobre na periferia de “vândalos”. A palavra está na moda na ordem do jornalismo contemporâneo, mas há de se fazer mínimas distinções. Não vou discutir as ações de violência que ocorrem desde junho em protestos e manifestações. Quero e vou tentar chamá-los para o escândalo da sua narrativa na pauta sobre o caso de Douglas Martins, que estudava, trabalha e tinha uma trajetória de vida.
Os manifestantes saíram sim às ruas ontem e hoje. Saíram porque se sentiram mortos. SIM, ESTAMOS TODOS MORTOS HOJE. Qualquer pessoa que venha da periferia de qualquer lugar do Brasil, qualquer pessoa que conheça alguém na periferia nos recantos desse país, se sentiram mortos hoje. E por se sentirem mortos-vivos, foram às ruas. Foram porque um policial parou um rapaz de 17 anos em frente a um bar, e com o irmão de 12 ou 13 anos (cada matéria tem uma informação) ao lado, o mataram a sangue frio. A SANGUE-FRIO,
CAROS COLEGAS, E AO LADO DO IRMÃO DE 12 ANOS!
Portanto, não espere que concorde com a trabalhosa e longa narrativa dos fatos. Sei que para TV o tempo foi enorme e que a correria deve ter sido imensa. Mas não use isso para se abster de suas responsabilidades mínimas na narrativa de um fato para uma população inteira. Se foi a nossa famosa e malfadada edição, ainda assim, tem a voz da repórter cobrindo o off das imagens e texto dela ou editado pela redação. Além disso, a repórter que foi na rua é que decidiu entrevistar aquele casal com os filhos pequenos presos no trânsito e a redação aceitou essa sonora e essas imagens. Porque pior do que chamar de vândalo um povo que está na rua por ser um morto-vivo – e sim tacaram pedras, colocaram fogo nas ruas -, afinal, se a polícia fez isso com alguém que estava andando na rua, o que é capaz de fazer com alguém que está nela para protestar justamente contra um colega deles da polícia?
Enfim, pior do que isso é COMPARAR O SOFRIMENTO, A DOR, A SENSAÇÃO, O ESTADO PSÍQUICO-SOCIAL DE NÓS MORTOS-VIVOS COM A NARRATIVA DE QUE “pessoas ficaram presas no trânsito. Esse casal com os filhos de quatro e cinco anos ficaram CANSADOS” (dando ênfase a idade das crianças e ao cansaço delas), seguido de um sonora das crianças dizendo: “eu to cansado, quero mamar”. Essa comparação, essa narrativa, essa forma de contar essa história é de uma perversidade absurda. Se você achou que ia me amolecer e fazer-me ficar do lado do governo, do lado dos cidadãos considerados de “bem”, do lado da sua matéria, Jornal Hoje, aceitando ela como um pedaço do cotidiano social da cidade de São Paulo, sinto informá-lo que meu prato está cheio porque tive a infeliz ideia de almoçar vendo Jornal Hoje.
Há um detalhe pequeno nessa sua escolha narrativa que não é um mero detalhe qualquer: bebê (praticamente, afinal, tem quatro anos) é loiro, de olhos azuis, pele branca e fala de dentro de um carro de classe média que está cansado sim e quer mamar. Douglas Martins, de 17 anos, tem a pele bem amorenada, olhos e cabelos pretos, estava a pé, e NÃO FALA MAIS PORQUE FOI MORTO, ASSASSINADO. Tem apenas sua foto para estampar e servir de pseudo-voz para os telejornais e matérias. Tem apenas sua foto para estampar o porquê de PRETOS, POBRES E PERIFÉRICOS serem mortos nesse país pela polícia militar, braço de um Estado repressor e criado somente para essa função: reprimir.
Se aquele policial atirou acidentalmente, como é a narrativa oficial, ou se fuzilou Douglas, nunca saberemos. Mas o que sempre sabemos é que o fato narrado por você naquela colagem de imagens não é a verdade da periferia e desse protesto. (Falo em nós porque eu tenho a esperança que mais alguém se indigne com essa forma de contar os fatos). E sabe por que só temos essa certeza? PORQUE A VOZ DO DOUGLAS FOI CALADA. Na verdade, sejamos sinceros, ela nunca existiu até então para sociedade que a matéria veiculada hoje quer alcançar. É por isso que bebês cansados que querem mamar valem mais indignação que a morte a sangue-frio de Douglas, ainda que diante de outra criança, um pouco mais crescidinha, mas criança, com 12 anos.
Att,
Tatiana Lima