Autor: Sheila Jacob

Após uma longa pesquisa sobre variadas edições da revista Veja, a professora Carla Luciana Silva mostra como nas últimas décadas a publicação atuou na construção e consolidação da hegemonia do pensamento neoliberal no Brasil. Tendo Antonio Gramsci como referencial teórico, a pesquisadora analisa os textos e suas entrelinhas para ver a relação de apoio ao governo Fernando Collor, apontando os rumos da modernização neoliberal e cobrando sua aplicação. É apenas quando a situação fica insustentável que a revista passa a cobrar a queda do presidente, mantendo, contudo, a defesa de seu projeto. Carla deixa claro que a revista não fez o trabalho sozinha, mas em conjunto com outros veículos privados. Porém, teve certo protagonismo, já que o número de leitores na época era de 4 milhões.

Guy de Maupassant é um escritor francês e foi lido e cultuado dentro e fora de seu país. Segundo estudiosos, na Rússia, nos 30 anos que se seguiram à Revolução de 1917, foram vendidos mais de quatro milhões de exemplares de suas obras. De todos os seus contos, “Bola de Sebo” é, sem dúvida, o mais famoso, considerado uma obra-prima por Flaubert e Zola, desde a sua publicação. Até hoje, repercute a história da prostituta que se sacrifica pelo bem de todos e recebe em troca o desprezo. A história de Bola de Sebo é exemplar no desmascaramento da hipocrisia, da mesquinharia e do poder de manipulação das classes dominantes.

Este livro foi importantíssimo para toda uma geração de militantes que abriram seus olhos para uma determinada leitura da história e, através de suas páginas, reencontraram nas lutas de todos os oprimidos as nossas próprias lutas. É um panorama da história da luta de classes, a luta entre oprimidos e opressores. Percorre diferentes povos e épocas, passando pelas lutas sociais na Antiguidade, na Idade Média, nos Tempos Modernos e na época contemporânea. O livro faz parte da coleção “Assim lutam os povos”, que tem o objetivo de levar aos militantes de nosso tempo as experiências e as reflexões teóricas daqueles que construíram a luta da humanidade por sua emancipação.

Esta é uma edição revisada, ampliada e atualizada de Micropolítica. Cartografias do Desejo, de Félix Guattari e Suely Rolnik, publicado no Brasil em 1986. Escrito a partir de uma viagem que os autores fizeram pelo Brasil em 1982, este é um registro de uma aventura incansável de encontros, discussões e elaborações vivas no calor do processo de redemocratização do país, momento em que se operava igualmente uma transformação do capitalismo em escala internacional. Era um momento de grandes mobilizações e defesa da democracia que serve para entendermos o Brasil atual. São notas, fragmentos, anotações e diálogos sobre diversos assuntos, principalmente a subjetividade e a instrumentalização do intelecto, da criação, do desejo e do afeto pelo capital.