Autor: Sheila Jacob

Recebemos nessa semana mais exemplares do belo livro K., do jornalista e escritor Bernardo Kucinski. O autor retrata, por meio da ficção, a busca de um pai por sua filha, que foi vítima da ditadura civil-militar brasileira no ano de 1974. A história relatada no livro é baseada na realidade vivida pela família do autor, e por tantos outros moradores que perderam seus familiares durante o regime repressor. O pai de Bernardo é transformado em K., o protagonista da obra que se desespera com o desaparecimento da filha Ana Rosa e sai em busca de seu paradeiro. Ela foi militante da resistência à ditadura pela Aliança Libertadora Nacional e, também, professora da Universidade de São Paulo (USP). Sequestrada, torturada e assassinada junto ao marido, o crime não foi solucionado e o casal entrou na lista dos desaparecidos. Desaparecidos, mas não esquecidos, como diz Maria Victoria Benevides na apresentação da obra. Segundo ela, “este livro não veio para registrar fatos do terrorismo do Estado, mas, sim, para nos colocar dentro da dor e da memória”.
O livro é muito indicado para quem gosta de literatura e deseja conhecer mais sobre esse período terrível da história brasileira.

Este livreto oferece uma análise histórica sobre a Guerra do Paraguai, também conhecida como Guerra da Tríplice Aliança. Ao longo de suas páginas, o autor expõe o que para ele seria a verdadeira causa da guerra: o interesse da Inglaterra em eliminar o inconveniente da existência de um país industrializado e autossuficiente no coração da América Latina, então sua órbita de influência. A obra busca demonstrar os efeitos da guerra para o Paraguai e seu desenvolvimento futuro e o aumento da dependência política e econômica dos vencedores em relação à Inglaterra. Neste livro, “se pode sentir o heroísmo do povo paraguaio, que caiu até a última criança para defender sua revolução. São páginas escritas já no século 21, mas de onde se escuta, depois de 140 anos, o grito do combatente paraguaio em defesa de sua terra”, afirma Nazareno Godeiro no prefácio.

Fidel Castro é um dos grandes personagens do século 20. Na passagem da década de 1950 à de 1960, ele deu grandes esperanças aos movimentos de esquerda do mundo todo ao liderar a vitoriosa Revolução Cubana de 1959, que pôs fim à ditadura de Fulgêncio Batista e instalou um regime igualitário e de valorização do povo de seu país, ao contrário do que havia até então. Além da habilidade militar, uma de suas principais características é a força de sua oratória e o fascínio que suas palavras exercem sobre os corações de multidões. Neste livro, o filósofo paquistanês Tariq Ali reúne três textos que são verdadeiros marcos em sua trajetória política pessoal e na de Cuba: “A história me absolverá”, a autodefesa proferida pelo advogado cubano perante o tribunal em 1953, após o fracasso da invasão do Quartel Moncada; o pronunciamento em praça pública de 1961, proclamando a independência da ilha em relação aos Estados Unidos; e o discurso de reação ao bloqueio que Washington impôs a Cuba, depois do episódio da frustrada invasão à Baía dos Porcos, em 1961.

Neste livro estão reunidos sete capítulos de A educação e a crise brasileira, além de dezesseis outros textos publicados anteriormente. São discursos, palestras, conferências, entrevistas e artigos deste grande educador brasileiro. A obra apresenta ainda um texto inédito, intitulado “A educação e a sociedade brasileira”, no qual Anísio Teixeira apresenta uma discussão teórica da relação educação-sociedade. Anísio Teixeira é um dos personagens centrais na história da educação no Brasil. Nas décadas de 1920 e 1930, foi um dos intelectuais que assinaram o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório.