Está prevista para abril deste ano a estréia do filme “Batismo de Sangue” nos cinemas nacionais. Baseado no livro homônimo, de Frei Betto, o filme conta a história da luta dos frades dominicanos contra a ditadura militar brasileira, instaurada com o golpe de 1964. A direção é do cineasta militante Helvécio Ratton, também diretor de “Uma onda no ar”, filme sobre a história da Rádio Favela, uma rádio comunitária em Belo Horizonte. 

“Batismo de Sangue” mostra a atuação dos dominicanos junto à Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo guerrilheiro liderado por Carlos Marighella, ex-deputado federal e um dos principais opositores do governo. Os frades, adeptos da Teologia da Libertação, acreditavam que viver o evangelho consistia em aderir às lutas sociais, ao lado dos oprimidos. Por conta de sua ousadia, foram perseguidos e torturados pelos militares. 

Os freis Ivo e Fernando foram os primeiros a serem capturados pelo regime. Submetidos a torturas, foram obrigados a marcar um encontro com Mariguella, que resultou em sua morte. O líder guerrilheiro foi morto a tiros em uma emboscada. Mas o filme mostra principalmente a história do frei Tito, fortemente torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, nas dependências do DOPS. No final de 1970, Tito foi trocado por um embaixador suíço sequestrado e partiu para o exílio. Na França, Tito agonizava com as lembranças da tortura e, em 1974, enforcou-se nos arredores do convento de La Tourrete.

Leia na próxima edição do Boletim do NPC entrevista de Bruno Zornitta com o diretor Helvécio Ratton.