Por Ívina Costa
“Comunicação, Trabalhadores e Hegemonia” – O tema que norteou o 20º Curso Anual do NPC foi objeto de reflexão na segunda mesa de debates, na quarta-feira (05.11). Participaram da discussão: Miro Borges, jornalista do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Milton Temer, jornalista e ex-deputado federal; Milton Pinheiro, professor da Universidade do Estado da Bahia; e Breno Altman, jornalista do site Opera Mundi e revista Samuel.
Miro Borges abriu o debate com uma análise do cenário político. De acordo com o jornalista, setores progressistas conseguiram barrar o retrocesso por meio da reeleição da presidenta Dilma. Mas, o resultado das urnas revelou a existência de uma forte onda conservadora no Brasil, que também pode ser observada em outros países . “Acho que o momento é de extrema gravidade. Estamos perdendo a batalha da hegemonia na sociedade brasileira e a disputa da comunicação como componente estratégico nessa luta. Essa onda conservadora é semelhante a que ocorreu na implantação do neoliberalismo, mas agora com mais força. Não estamos conseguindo ocupar espaços nos aparatos de hegemonia. E a direita vem ganhando várias pessoas que, antes, estavam do nosso lado”.
Segundo ele, isso se deve, principalmente, à disseminação de idéias da direita por meio da mídia. Ele acrescentou que a imprensa contamina a sociedade aos poucos, no dia a dia. E citou, como exemplos, o show midiático produzido em torno do mensalão e a forma como Aécio Neves foi apresentado após a eleição. “Mesmo tendo sido derrotado, a mídia caprichou na imagem dele. Aí, a direita veio forte para o ataque. Esses malucos que estão indo às ruas questionar a legitimidade da eleição, pedir intervenção militar e a divisão do Brasil, são crias do PSDB e da mídia”. Ainda sobre o resultado das eleições deste ano, o jornalista ressaltou que: “não foi apenas um playboyzinho que teve uma votação expressiva. Vamos ter um dos piores congressos da história! Cresceram as bancadas da bala, homofóbica, fundamentalista… Enquanto a bancada dos foi reduzida, houve um aumento brutal na bancada da reação”.
As manifestações de junho de 2013 também foram lembradas no debate. “Elas começaram com a forte motivação de uma sociedade que, de excluída, passou a ser incluída. Marginalmente, mas, incluída. Dezenove milhões de pessoas passaram a ter emprego. Quarenta milhões passaram a ter algum poder de consumo. Antes não tinham. Então, essas pessoas começaram exigir mais educação, saúde, mobilidade urbana, etc. Se estivéssemos em outra fase da luta de classes no mundo, poderíamos até dizer foi um movimento com germes de socialismo, porque as pessoas pediam mais Estado”. Ele acrescentou que a direita também foi às ruas, fez a disputa do imaginário e conseguiu ganhar grande parte, revelando um ressentimento e ódio até então escondidos. “Ali já era a expressão de que tínhamos problemas seríssimos no Brasil. Quem achava que a popularidade estava lá em cima, caiu do salto”.
“Como chegamos a uma situação como esta?” De acordo com o jornalista, “ainda não conseguimos superar uma longa fase de defensiva estratégica da luta dos trabalhadores. Isso tem a ver com a crise do leste europeu, a reestruturação de classes, o desmonte de classe dos trabalhadores, a reestruturação do capital… Mesmo em países onde ocorre maior politização, a situação também é difícil”. E há ainda outras razões. A culpa foi atribuída por ele à presidenta Dilma e aos movimentos sociais. Em relação ao governo, por não ter politizado a sociedade, e não ter feito a disputa política e reformas estruturais necessárias. Quanto aos movimentos sociais, devido à dificuldade de se comunicarem com a sociedade e até com a própria base. O movimento sindical, disse ele, “está burocratizado, institucionalizado e envelhecido. As vezes, gasta-se mais tempo numa reunião de diretoria discutindo quem vai ser liberado, quem vai ficar com carro e com celular, do que discutindo política”.
“Daqui para a frente, os desafios serão maiores”, disse ele. Miro acha que a direita vai ficar ainda mais agressiva e ousada. “Não adianta a Dilma ter tido a coragem de ir a televisão descambar a revista Veja. Foi uma coisa inédita! Para quem luta pela democratização da comunicação no país, isso pode ser considerado um marco. Mas, mesmo com a ameaça, que parece que vai se viabilizar, de corte de verbas publicitárias no valor de 80 milhões para a Veja, esses caras continuam com o mesmo ódio”.
Para concluir, o jornalista apontou alguns caminhos para a luta pela hegemonia. “Precisamos construir uma unidade maior do campo da esquerda no Brasil. Não uma unidade de defesa ao governo, mas sim uma unidade contra o retrocesso e por avanços”. Outra coisa importante é o aumento de investimentos em comunicação. “Temos que melhorar a nossa forma de se comunicar, tornar nossa linguagem mais clara e falar mais com a juventude. Comunicação não é gasto, como pensam muitos dirigentes sindicais. Comunicação é investimento na disputa de idéias”. Por último, disse que precisamos avançar na luta pelas reformas estruturais, sobretudo as reformas política e dos meios de comunicação.
Milton Temer: quebrar hegemonia da Globo
Jornalista e ex-deputado federal, Milton Temer iniciou o debate dizendo que a luta pela democratização da comunicação depende mais da desconstrução do projeto hegemônico da grande mídia, do que de projetos alternativos realizados por sindicatos e movimentos sociais. “Não adianta nada o esforço gigantesco que vocês fazem. Os jornais sindicais, jornais de associações de moradores, as rádios e TVs comunitárias não vão democratizar a mídia no Brasil. O que vai democratizar a comunicação no Brasil é a quebra do rei da hegemonia: a Rede Globo”.
A forma como a emissora atua no Rio de Janeiro foi bastante criticada pelo jornalista. Ele destacou a campanha anti-esquerdista feita pelo colunista Merval Pereira, no jornal O Globo. “Ele tem todo direito de escrever o que quiser no jornal, porque o jornal é uma propriedade privada. Mas, o que não pode fazer é reproduzir a coluna dele nos comentários diários que faz na rádio CBN e na televisão, porque esses veículos não são propriedades privadas. São concessões de direito público”.
Ele disse que Rede Globo é dona de uma produtora, mas se comporta como se pertencessem a ela os canais por onde divulga conteúdos e ideologias. E ressaltou que a emissora “comete crimes de forma permanente”. E não é por falta de leis relativas ao setor. Na opinião do jornalista, o capítulo de comunicação social na Constituição é bastante avançado. “Mas as leis não são cumpridas. Por exemplo, não existe como possibilidade de trabalho para a televisão o item do entretenimento. Constam apenas: cultura, a educação e informação. Mas hoje o que fundamenta a ação da televisão é o entretenimento”.
Ainda sobre a emissora com mais audiência no país, Milton criticou a ausência de contraponto nos debates que ela realiza. “São sempre os mesmos participantes. Em geral, acadêmicos tucanos”. A estratégia conhecida como cruzamento de mídias, quando um programa faz chamada de outro produto da mesma emissora, também foi alvo de crítica. “O Jornal Nacional não pode dar notícias de outros programas. E faz isso sempre”.
O jornalista disse que, em doze anos, o Brasil não avançou nem um pouco na democratização da comunicação. E atribuiu a culpa aos 8 anos do governo Lula. Em seguida, lembrou a primeira intervenção pública de Lula, após ter sido eleito, em 2002. “Ele deu uma entrevista exclusiva para o Jornal Nacional. Foi simbólico. Não era uma liderança da esquerda progressista. Era, no máximo, um liberal conservador”.
Ele acrescentou que, de 2003 a 2010, os movimentos sociais foram enfraquecidos pela política do governo. “Leiam o livro “Os sentidos do Lulismo: Reforma Gradual e Pacto Conservador”, de André Singer, ex-porta-voz e ainda um parceiro de Lula. A obra faz referência ao reformismo de baixa intensidade, caracterizado na questão das bolsas, etc.. Esse tipo de reformismo era necessário para que o Lula pudesse produzir o pacto conservador de alta intensidade. Por exemplo, a liderança do MST tinha clareza de que estava conseguindo menos do que conseguia antes. Em vez de fazer a reforma agrária, o governo beneficiava os assentados da beira de estrada com o Bolsa Família”.
Antes de concluir, ressaltou que “a mídia é um instrumento fundamental de organização da direita”. E acrescentou que a democratização dos meios de comunicação só será conquistada por meio do confronto, condição para que o Brasil viva experiências positivas na disputa da hegemonia, como aconteceu na Argentina, Bolívia e Equador. “Não adianta o governo continuar tentando dialogar com a direita. A liderança sindical precisa sair da moita e cobrar. Precisamos responder a direita, recuperando o mesmo clima que se criou no segundo turno da disputa presidencial”.
Milton Pinheiro: crise do capital e resistência
Professor da Universidade do Estado da Bahia, Milton Pinheiro disse que “estamos vivendo uma crise emergencial, forte e duradoura do capital. E o primeiro entendimento que devemos ter é que não estamos aqui para salvar o sistema capitalista”. De acordo com ele, as lutas sociais e a crise do capital no Brasil não estão desconectadas do restante do mundo. Ele explicou que o grau e a particularidade das contradições de classe variam, mas, em essência, apresentam as mesmas questões. E acrescentou que: “as contradições não serão resolvidas pelas políticas públicas de governos sociais democratas e liberais, independente do partido, aqui ou em qualquer outra parte do mundo”.
O professor explicou que a crise do capital é sistêmica porque mudou a sociabilidade e a subjetividade dos trabalhadores brasileiros. A visão da burguesia e o papel do Estado, segundo ele, também estão mudando rotineiramente. E há, ainda, uma modificação no caráter das lutas de classe. “Em algumas partes do mundo, a batalha é para manter o emprego, ter acesso a previdência, para ter um pouco de saúde… Na Grécia, por exemplo, há hospitais sendo fechados. O Estado não pode comprar remédios porque a União Européia não permite nenhum tipo de gasto”.
Apesar da crise do capital e de cenários complicados em alguns países, ele disse que a lutas dos trabalhadores tem avançado em algumas partes do mundo. E acrescentou que há batalhas em lugares onde a maioria os brasileiros nem imagina. “Por incrível que pareça, no berço do sistema, os Estados Unidos, existe luta. Ninguém falou sobre a greve geral que parou o Porto de Oakland, um dos maiores do país. Isso nos leva a pensar sobre a importância da democratização da comunicação para que o povo tenha acesso e possa fazer a disputa da hegemonia numa outra perspectiva”.
Na opinião dele, isso é fundamental sobretudo porque, “após doze anos, a direita saiu do armário, foi para as ruas fazer a disputa de idéias, levando a visão que tem sobre o Brasil e o mundo”. Ele explicou que o projeto da direita brasileira também tem conexão com o projeto da direita mundial. “Os valores são os mesmos: xenofobia, homofobia, preconceito, racismo, atitude separatista… enfim, tudo aquilo que é retrógrado e joga por terra as conquistas da sociedade”.
Depois, ressaltou que, nos últimos doze anos, não houve diálogo dos governos Lula e Dilma com a base, sobretudo do próprio partido. “O que o governo Lula efetivamente fez é um discurso para dentro do movimento social, de uma política muito contundente de benefícios. Eu gostaria de saber se as questões principais da sociedade brasileira tiveram impacto no Congresso. Quando foi que Lula ou Dilma chamou a população para debater em via pública? Quando foi que a CUT, apassivada nesses últimos 12 anos, se manifestou no sentido de questionar as políticas do governo federal?”
Ainda segundo o professor, uma vez que não houve diálogo, o governo não pode responsabilizar o movimento social. “Não podemos ser chamados apenas para combater a reação quando há perspectiva de golpe. Dilma chamou a esquerda no segundo turno para discutir? Não. Ela chamou setores da direita”. Ele lembrou que a direita foi bastante beneficiada pelo projeto dos governos petistas. E citou os bancos, como exemplo de empresas que mais lucraram no país. Outro setor que avançou foi o de agronegócios. “O governador do Mato Grosso disse para votar em Dilma porque nunca, na história do Brasil, o agronegócio ganhou tanto. Para ele, quem representa o agronegócio no Brasil é a Dilma. Isso foi dito pelo maior produtor de soja do mundo”.
Ele disse que os reflexos disso puderam ser observados nas doações da campanha eleitoral deste ano. “Que candidato à presidência da república recebeu maior quantidade de recursos de bancos e empresários? Evidentemente, foi a presidenta da república”. Ele ainda lembrou que, no dia da eleição, “não houve críticas da parte da imprensa em relação ao fato de Dilma ter feito o que Lula fez, ou seja, um discurso forte para os trabalhadores de medidas concretas para gerir o estado burguês”.
Para concluir, o professor Milton Pinheiro ressaltou que reformismo não resolve o problema da vida social dos trabalhadores em nenhuma parte do mundo. “Quais são as perspectivas de chamar e politizar a sociedade brasileira? A gente precisa refletir para além de um diálogo quase surdo com o governo da república, que não tem nenhuma perspectiva de ruptura com o passado. A mídia além do seu projeto reacionário, ela consegue imbecilizar a vida social no Brasil. Eu questiono essa hegemonia burguesa que o PT construiu no Brasil, beneficiando pessoas atrasadas”.
Breno Altman: trabalhadores precisam estabelecer identidade política e ideológica
Jornalista do site Opera Mundi e revista Samuel, Breno Altman comparou o momento político brasileiro do ano em que Lula foi eleito presidente da república a contextos de outros países da América Latina, onde também foram eleitos governos de esquerda. Como exemplo, citou as experiências da Venezuela, Bolívia e Equador. “Há duas características distintas em relação ao Brasil. A primeira é que a eleição nesses países foi precedida por uma situação de crise de estado, de colapso da hegemonia burguesa nessas sociedades. A segunda é que as vitórias presidenciais de Hugo Chaves, Evo Morales e Rafael Correa, foram acompanhadas por conquista de maioria parlamentar. Logo, havia a possibilidade de realização de mudanças profundas”.
Ele explicou que, no Brasil, a situação foi totalmente diferente. “Não havia crise de estado e colapso da hegemonia burguesa aqui quando Lula foi eleito. A esquerda não chegava a 20% do parlamento. Portanto, não era capaz de impedir um impeachment, como aconteceu no Paraguai com Fernando Lugo”. De acordo com o jornalista, naquele momento, a solução encontrada pela direção do PT foi reduzir a densidade política ideológica de embate no Brasil. “Essa solução serviu durante doze anos, mas talvez tenha se esgotado nas últimas eleições”.
Segundo ele, a chance de derrota seria grande, caso “a alta taxa de intensidade de enfrentamento político e ideológico fosse preservada. Por outro lado, por conta das divisões concretas e contradições da burguesia, havia possibilidade dela permitir a adoção de um determinado programa de reformas. Mas não eram as reformas estruturais”. Em seguida, lembrou que, no final dos anos 90, havia uma situação de crise do projeto neoliberal na América Latina. Este já não era capaz de garantir em escala ampliada a reprodução do capital naquelas circunstâncias e estava esmagando setores da burguesia industrial. “Aqui no Brasil, assistimos isso. Então, as contradições permitiram ao governo avançar num conjunto de reformas e foram estabelecidos laços de identidade crescentes entre o povo, o governo e o partido do governo”.
Ele destacou que, em função disso, a esquerda construiu uma base de massa permanente, algo inédito na história do Brasil. E explicou que isso ocorreu porque, “ainda que as reformas fossem fracas e do interesse da burguesia, a vida das pessoas mais pobres melhorou”. Aprofundando ainda a questão, destacou duas estratégias usadas na política: gratidão e identidade. “A gratidão é lógica fundamentada pelo governo Dilma. Por exemplo, você realiza um conjunto de reformas e isso estabelece uma melhoria na vida do povo. As pessoas beneficiadas passam a se identificar com o governo e o partido que estimulou as reformas. E, em processos políticos decisórios, que são processos eletivos, as pessoas estabelecem um vínculo de apoio a esses projetos”.
Já como exemplo da estratégia de identidade, ele citou o caso de Cuba. “Há 25 anos, não há motivo de alegrias econômicas e materiais no país. No entanto, a estratégia de identidade da direção cubana está nas suas conquistas materiais anteriores. Ou seja, nos valores da pedagogia, da defesa socialismo e solidariedade, defesa de uma perspectiva internacionalista e da construção de um aparato de comunicação, etc. O uso cotidiano dessa estratégia faz com que, apesar das enormes dificuldades materiais, a maior parte do povo continue solidário, em apoio à revolução cubana”.
Para esclarecer, citou mais um exemplo. “A Venezuela combinou duas estratégias: gratidão e identidade. Isso resultou em sucessivas vitórias eleitorais, em 17 processos eleitorais distintos nos últimos 15 anos, apenas por disputa política ideológica. E conseguiu isso por meio de um conjunto de programas reformistas. Aliás, muitos deles mais atrasados do que os brasileiros, do ponto de vista da sua envergadura e lucratividade, e outros mais avançados. E permitiu uma mudança de qualidade na vida dos trabalhadores venezuelanos. Aqui não houve uma combinação nessa dosagem”.
Breno disse que, o Brasil, em razão do contexto político, reduziu a densidade político ideológica e apostou na estratégia da gratidão. “Isso explica porque o governo não enfrentou a questão da democratização dos meios de comunicação. E também porque a comunicação do governo é sempre uma comunicação de realizadores e não de identidade de classe”. Ele acrescentou que a redução da densidade política ideológica foi uma escolha tática consciente, a fim de evitar o confronto com a burguesia, porque o governo tinha minoria no Congresso.
De acordo com o jornalista, a tática, do ponto de vista político, vem sendo bem sucedida. Mas, entrou em esgotamento. “Primeiro, porque se esgota o programa do PT. O programa de reformas baseado exclusivamente na alteração das prioridades do orçamento chegou ao seu limite. Não é mais possível fazer isso. Não sai mais do orçamento do estado. O país precisa de uma taxa alta de crescimento para a distribuir a riqueza num outro patamar “. A segundo motivo é reagrupamento da burguesia. “Ela foi superando suas contradições. A crise de 2008 provocou, num primeiro momento, o atabalhoamento da burguesia mundial. Mas, em seguida, houve aqui no Brasil um reagrupamento político e social importante”.
Segundo ele, “já não existe mais a mesma possibilidade de estabelecer táticas que permitam avançar nesse tipo de reforma. É necessário outro tipo de estratégia. A bancada da esquerda está reduzida a cerca de 100 deputados. Ainda que continue a fazer uma gestão hábil de alianças, precisa trazer de volta, como elemento fundamental de estratégia, a governabilidade social. Ou seja, a sociedade organizada, a mobilização do povo. Sem isso, esse governo cai. Porque o que está se constituindo neste país é a reunificação da burguesia”. Para concluir, ele ressaltou que “não basta vencer a luta de classes. Temos que estabelecer uma identidade política e ideológica de outra natureza, que é a grande tarefa pra esse momento atual”.