[Por Instituto Telecom,18.03,2014] (…) Dentro da perspectiva do regime militar (instalado no Brasil há 50 anos) para convencer a sociedade de que o caminho escolhido era o melhor para todos, as (tele)comunicações tiveram papel fundamental. Daí a construção de uma infraestrutura que ligou o país de norte a sul através da Embratel e do Sistema Telebrás. Um projeto que se completou com a criação de uma rede nacional de comunicações – a Rede Globo, criada no mesmo ano da Embratel, 1965. Paradoxalmente, a um preço muito alto para a democracia, a sociedade passou a ter acesso quase universal às telecomunicações.
A redemocratização não trouxe mudanças significativas nas (tele)comunicações. O caminho escolhido foi a permanência do modelo autoritário da radiodifusão imposto há 50 anos. E se o que era ruim permaneceu, o que havia de positivo – uma rede integrada de telecomunicações -, foi destruído.O subsídio cruzado, por exemplo, que fazia com que regiões mais ricas financiassem as mais pobres, acabou. Um dos raros centros de pesquisa em telecomunicações existentes fora do eixo Europa/EUA, o CPqD, foi transformado numa fundação privada. O Sistema Telebrás, que era blue chip na Bolsa de Valores, ou seja, altamente importante para o desenvolvimento da economia nacional, foi esfacelado para viabilizar a privatização. (…)