Atos no Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis já mobilizaram mais de mil pessoas e devem continuar; No Rio, manifestantes alertaram para a conveniência do BNDES em relação às violações de direitos humanos

Por Brasil de Fato 

MAB_BNDES
Dando seguimento à luta por um setor energético nacional de qualidade e justo, ao ritmo das grandes mobilizações que marcaram o “Dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida”, em 14 de março, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizam, neste fim de mês, uma série de protesto por todo o Brasil. Só nesta quinta-feira (27) as vozes de cerca de mil atingidos foram ouvidas em três capitais.

No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 200 pessoas protestaram na frente da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) denunciando a conivência da instituição em relação às violações de direitos dos atingidos por barragens pelo país. Segundo o Movimento, entre 2002 e 2012, o banco financiou cerca de 650 projetos aos setores empresariais de energia, que somam aproximadamente R$ 200 bilhões, mas praticamente nada foi destinado aos atingidos. “Apesar de todo esse dinheiro investido no desenvolvimento energético do país, praticamente nada sobrou aos atingidos”, afirmou Gilberto Cervinski, integrante da coordenação nacional do MAB.

Além disso, os manifestantes também reivindicaram que o BNDES destine cerca de R$ 50 milhões para viabilizar o programa de Recuperação e Desenvolvimento das Comunidades Atingidas por Barragens.

Em Recife, atingidos de todo o nordeste ocuparam o escritório da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF). Entre outras pautas, eles cobram do Estado brasileiro a institucionalização da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB) e a criação de um Fundo Social, com recursos de royalties e compensação financeira do setor elétrico para pagar a dívida que o estado tem com os atingidos.

Na capital de Santa Catarina, Florianópolis, integrantes do MAB promoveram um escracho na frente da Tractebel, empresa de energia controlada pela International Power (GDF SUEZ) e conhecida por realizar inúmeras violações aos atingidos. Mais tarde, cerca de 300 manifestantes montaram acampamento na frente da Eletrosul e pediram o cancelamento imediato dos estudos das obras das hidrelétricas de Garabi e Panambi, no Rio Grande do Sul, e Itapiranga, em Santa Catarina.