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[Por Cristian Góes] Volto ao assunto porque ele se tornou público e algumas pessoas acompanham seus passos. Muitos sabem que fui condenado a sete meses e 16 dias de prisão (convertida em prestação de serviço à comunidade e já cumprida) e ao pagamento de R$ 30 mil de indenização, tudo isso por escrever uma crônica ficcional e em primeira pessoa (Eu, o coronel em mim), texto sem nomes de pessoas e, claro, sem fatos reais.

As ações são de 2012 e foram movidas pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, Edson Ulisses, com apoio e participação decisiva do Ministério Público do Estado. Na verdade, elas são a vontade absoluta de caciques políticos, numa parceria com outros esquemas de poder. Segundo a acusação, quando escrevi “coronel” estaria me referindo comprovadamente ao então governador Marcelo Déda, do PT. Quando escrevi “jagunços das leis” nomeie com nome e CPF o senhor Edson Ulisses, cunhado do governador. Os textos das condenações são absurdos, parecem retirados de Kafka. Condena-se com base em “é possível fazer uma associação”, “para bom entendedor meia palavra basta”, etc. Não se respeitou a lei, fazendo imperar a vontade subjetiva para atender o poder.

Pois bem, depois de um ano da condenação cível e da entrada de nosso recurso ao TJ, o caso deverá será julgado essa semana pelos pares do mesmo desembargador.

Mesmo tendo apresentado um recurso no STF (ainda não julgado) e mesmo o MPF se manifestado oficialmente o quanto é absurdo esse processo, os desembargadores de Sergipe devem julgar esse caso até a quinta, 24.

Bom, os processos estão perto do seu final, pelo menos em Sergipe e no âmbito do judiciário, mas pode ter certeza que vou continuar buscando organismos internacionais, além de outras ações, como escrever um livro para registrar essa história, como parte de uma luta contra o esquecimento e pela liberdade de expressão. Isso só deve ocorrer depois que concluir meu doutorado na UFMG. Antes, porém, quando forem encerrados todos os recursos judiciais volto aqui para finalizar esse assunto, dando as últimas informações e agradecendo a todos.

Como teria dito Che: “sonhas e serás livre de espírito…luta e será livre na vida”. A vida segue com sonhos, consciência e coração livres, e com muito trabalho no doutorado. Até breve.