Acusada de faltar com a “ética profissional” e fazer “doutrinação político/partidária”, há quase dois meses, a orientadora educacional Juliana Andozio, da Escola de Educação Básica de Muquém, em Florianópolis, foi afastada do trabalho e um processo administrativo instaurado para apurar sua conduta. Professores, sindicatos e movimentos populares denunciam que a orientadora está sendo vítima de perseguição e violência política.
Especializada em gênero e diversidade, Juliana Andozio trabalha há anos como funcionária efetiva na escola estadual do bairro Rio Vermelho, desenvolvendo projetos integradores vinculados aos direitos humanos. Além disso, orienta estudantes em inúmeras questões, organiza o grêmio estudantil, compõe o Núcleo de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (Nepre), entre outras atividades. “Eu expliquei que qualquer criança que tivesse o direito violado, poderia chamar o Disque 100. Coloquei alguns panfletos em formato de corações na parede, com palavras sobre amor e compreensão, e com o número. Fiz o básico. Essas famílias não gostaram, disseram que eu estava fazendo um trabalho que não era meu, que eu não tenho que falar de democracia em sala de aula, nem do Disque Direitos Humanos”, relata Andozio.
Para o secretário de assuntos educacionais do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), Luiz Carlos Vieira, também membro da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), não há provas objetivas contra a servidora: “O que existem são fofocas em grupos de whatsapp, fake news, pressão de pessoas da comunidade que vão dentro da escola com questões infundadas e que tentam agredir a Juliana”, afirma o dirigente do Sindicato, cujo departamento jurídico está atuando em defesa da orientadora.| Leia matéria completa: