Orlando Zaccone, Maria Lúcia Karam, Cecília Oliveira e Jorge da Silva. Foto: Rafael Lopes
[Por Eric Fenelon – 07.04.2015] No ultimo sábado, 28 de março, ocorreu na sede do ISER (Instituto de Estudos da Religião) no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, a aula inaugural do curso de Comunicação Popular do NPC, realizado com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo. A aula contou com a presença de 35 alunos. E o tema abordado foi a “LEGALIZAÇÃO E O FIM DA GUERRA ÀS DROGAS”, com os diretores da LEAP/BRASIL (Maria Lucia Karam – juíza (aposentada) do Tribunal de Justiça; Jorge da Silva – coronel (reformado) da Polícia Militar; Orlando Zaccone d’Elia Filho – delegado da Polícia Civil e a jornalista Cecília Olliveira – Especialista em Políticas de Drogas e Coordenadora de Comunicação da LEAP/BRASIL).
A Law Enforcement Against Prohibition (LEAP) foi criada em 2002 por cinco policiais americanos, que discutiam as consequências da proibição e a falência das atuais políticas de drogas. Hoje, ela é uma organização internacional com mais de 50 mil membros e é formada por integrantes das forças policiais e da justiça criminal. O propósito da LEAP é reduzir os efeitos colaterais resultantes da guerra às drogas e diminuir a incidência de mortes, doenças, crimes e dependência, ou seja, por um fim à proibição das drogas.
Como grande parte dos alunos é oriunda das favelas cariocas, que atualmente vêm sofrendo com a intervenção de militares e a implementação das UPP´s, o objetivo da aula foi informar aos alunos a atual política de drogas, expondo as causas e efeitos provocados pela proibição. Um exemplo disso é o discurso de Guerra às drogas, que Nixon lançou para sua “cruzada contra as drogas”, alegando estar fazendo isso para afastar as drogas dos jovens.
Esse discurso implicou na militarização da segurança publica que trabalha com a lógica da guerra, ou seja, combater as drogas e armas e a lógica da construção do inimigo, ou seja, combater o inimigo, o traficante que está nas favelas. Com isso, se construiu um medo, não só aos traficantes. Foi construído o medo no espaço da favela, que inclui seus moradores. O resultado desse discurso levou a cidade ser dividida na imaginação da população, entre Favela (área criminosa) e asfalto (vítima da área criminosa).