[Rosângela Ribeiro Gil | NPC-SP] A comunicação do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp) quis entender um pouco mais a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 11 de janeiro, de reduzir a taxa Selic para 13%. Para tanto, conversou com o professor doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antonio Corrêa de Lacerda. De cara ele disse: “Não há qualquer razão para comemorarmos essa decisão.” Advertindo ainda: ”Tem gente eufórica com a queda de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic). Isso não muda nada.”
Ele explicou: “Considerando a projeção do Boletim Focus (média do “mercado”), a inflação (IPCA) para o ano 2017 é de 4,84%. Considerando ainda que a inflação fechou em 6,3%, em 2016, a média esperada de 2017 é de 5,5%. Portanto, o juro real projetado (Selic – IPCA) está agora em quase 7,5% ao ano. De longe, a mais alta do mundo e muito acima da rentabilidade média das atividades produtivas. Ou seja, continuamos muito fora da curva.”
Segundo o professor, a taxa de juros ideal é aquela compatível à média internacional, ou seja, próximo de 1% ao ano. “Estamos acima de 7%”, lamentou. Lacerda salienta, ainda, que a taxa de juros também “precisa estimular a produção e investimentos produtivos e infraestrutura, ou seja, precisa ser compatível com a rentabilidade média dessas atividades”. Ele foi taxativo: “Hoje ganha mais quem especula no mercado financeiro do que quem produz. Isso não dá certo.”