Em São Paulo, 2003, 15 mulheres afrodescendentes falam sobre suas vidas – seu passado, seu presente, seus sonhos, projetos para o futuro. Defendem suas idéias e falam sobre religião e fé, relações familiares, racismo. Tecem críticas à sociedade que aponta a mulher (em particular a mulher afrodescendente) como objeto de prazer. No cotidiano, são manicures, domésticas, secretárias, cabeleireiras, cozinheiras, enfermeiras, professoras, lutando pela sobrevivência.

Paralelamente a isso, são também rainhas de bateria em escolas de samba, passistas, integrantes (ou ex-integrantes) da ala das baianas, ex-vedetes e ex-cantoras de casas noturnas. Fiéis a suas raízes e tradições, frequentam os templos de candomblé, onde incorporam os orixás.

Além de colher depoimento dessas mulheres e percorrer com elas o seu cotidiano, o filme acompanha também a preparação do desfile da escola de samba Camisa Verde e Branca, da qual muitas fazem parte.

Muitas vezes retratadas na mídia como objeto sexual – “a mulata” – essas mulheres rejeitam o estereótipo, ao mesmo tempo em que exaltam a alegria de cantar, dançar, pintar e negociar seu espaço no mundo. O carnaval, para elas, não se limita ao mês de fevereiro. É um estado de espírito permanente, que contagia a rotina com criatividade e otimismo, misturando fantasia e realidade.

Sugestão de uso: sindicatos, pré-vestibulares comunitários, grupos que combatem a discriminação da mulher.

Direção: Graciela Rodriguez e Kika Nicolela; 2005; 1h20

Produção: Festival Latinoamericano de la Classe Obrera (Felco)

Contato: http://felco.guardachuva.org // felcobrasil@gmail.com