Foto: Elma Gonzales
Movimento articula resistência contra as vítimas do Estado em diversos países
[Por Claudia Abreu/ Foto: Elma Gonzales] O Rio de Janeiro recebeu a visita da Caravana 43, formada por familiares dos estudantes assassinados e desaparecidos no México em setembro de 2014. Na ocasião, policiais atacaram à tiros, em Iguala, estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, de Ayotzinapa. Eles participavam da mobilização e organização da marcha nacional contra o esquecimento da matança dos estudantes de 1968, que aconteceria em 2 de outubro, na Cidade do México. Segundo testemunhas, dos cinco ônibus que chegaram à cidade três foram na direção errada. Os estudantes desses ônibus desceram para perguntar sobre a saída correta e então foram atacados. Vários foram levados. No mesmo dia, um ônibus de jogadores de futebol também foi atacado por policiais, por engano. Ao fim dessa noite, havia seis mortos, 29 feridos por arma de fogo e 43 desaparecidos. O governo tentou culpar os narcotraficantes pela ação. Quatorze mil acadêmicos de mais de 500 universidades e cidadãos de mais de 85 países do mundo assinaram a Carta Abierta desde el extranjero #AyotzinapaSomosTodos.
A Caravana 43 chegou ao Rio após percorrer Córdoba, Rosário e Buenos Aires na Argentina, Montevidéu no Uruguai, São Paulo e Porto Alegre no Brasil. A primeira atividade foi uma coletiva de imprensa realizada no Sindicato dos Jornalistas nesta terça. Na quarta, a Caravana se reuniu com vítimas da violência e moradores de favelas cariocas, no Complexo da Maré. E nesta quinta acontecem atividades com organizações indígenas. No dia 12 a Caravana realiza um ato público e cultural de encerramento das atividades na Cinelândia a partir das 18h. Pela manhã a atividade será no Consulado do México.
Na coletiva, os familiares denunciaram as ações terroristas do narco governo mexicano e afirmaram que acreditam que os desaparecidos possam ainda estar vivos. E revelaram que cerca de 100 pessoas foram detidas no México pelo envolvimento com o crime, incluindo o prefeito da cidade de Iguala e sua mulher.