A greve nacional dos petroleiros entra nesta segunda-feira em seu décimo dia, com adesões em 92 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros. Cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados de norte a sul do país nesta que já é considerada pela FUP e seus sindicatos como a greve mais forte da categoria nos últimos anos.

Os petroleiros cobram a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na próxima sexta-feira, 14, e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.

No final de semana, trabalhadores de mais três plataformas entraram em greve, junto com os operadores do Terminal Aquaviário de Vitória. Nesta segunda, pela manhã, os trabalhadores da manutenção e do escritório do terminal também aderiram ao movimento.

Já são, portanto, 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.

Brigada petroleira em Brasília

Ao longo desta semana, a FUP, os sindicatos de petroleiros e a CUT estarão com representações em Brasília, visitando os gabinetes de deputados e senadores no Congresso Nacional para que façam interlocução com a direção da Petrobrás e o governo visando à suspensão das demissões em massa na Fafen-PR, bem como das medidas arbitrárias que violam os fóruns de negociação previstos no Acordo Coletivo.

Petrobrás não negocia nem deixa sindicatos cumprirem liminar

A adesão dos petroleiros à greve ocorre sem piquetes, só na base do convencimento, em cumprimento à decisão do ministro do TST, Ives Gandra. A direção da Petrobrás, por sua vez, continua negando o acesso das representações sindicais às unidades para averiguar o quantitativo de trabalhadores necessário para manter com segurança o atendimento das necessidades básicas da população.

Em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.

Ao mesmo tempo, a Petrobrás informa que “as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento”.

A contradição da gestão da empresa evidencia o tratamento político que está dando à greve dos petroleiros, ao querer criminalizar o movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de “fura-greves”.

O artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89) afirma que patrão e empregados manterão “os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento”.

Os petroleiros são os mais interessados na manutenção da segurança do ambiente de trabalho e na continuidade das operações após a greve.

Confira a lista atualizada de hoje (10/02) de toda as unidades que já aderiram à greve clicando aqui

Fonte: Federação Única dos Petroleiros (FUP)