Com assessoria de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a Diocese de Aparecida (SP) deve lançar na Páscoa de 2004 aquela que pretende ser a terceira rede nacional de televisão ligada à Igreja Católica (as outras duas são a Rede Vida e a TV Canção Nova). Presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Aloísio Lorscheider, a Fundação Nossa Senhora Aparecida assinou com o Ministério da Comunicações, em novembro passado, contrato para explorar um canal educativo, o 59, na cidade, que é considerada a capital dos católicos.
“Nosso primeiro passo será cobrir a região do Vale do Paraíba. Depois, queremos ampliar o sinal a Grande São Paulo e o sul de Minas Gerais. Nosso projeto, a longo prazo, é formar uma rede nacional de TVs educativas católicas“, diz o padre Rudolf Jacobos Bus Croon, diretor técnico da nova emissora, que deve consumir R$ 1,5 milhão em equipamentos.
Croon afirma que a programação da TV será focada na “educação humana, cidadania e religiosa”, mesclando transmissões de missas do santuário de Aparecida com programas educativos do canal pago STV (Sesc/Senac), com quem negocia parceria. Croon diz que a TV Aparecida será mais educativa do que católica, que não fará panfletagem da Igreja. “Não queremos uma TV confessional, afirma o padre, que já prepara a reserva de futuros canais retransmissores da emissora”.
(Texto de Daniel Castro para a Folha de São Paulo)
Nota da editora
Enquanto isso, o Movimento Sindical cutista continua sem entender o papel da televisão na vida do povo brasileiro e, em muitos estados, não ocupa sequer o espaço da TV Comunitária. Este é o caso do Rio de Janeiro, onde nasci, vivo e testemunho o esforço dos coordenadores da TV Comunitária em envolver a CUT e seus sindicatos.
Grande ingenuidade. Acreditam que as migalhas que conseguem nos jornais, rádios e programas de TV da grande mídia são suficientes para fazer a disputa de idéias na sociedade.