Para Beto Almeida, da Telesur, a América Latina está com as veias abertas e em constante hemorragia, que exige dos movimentos progressistas de esquerda não permitir que a vontade do povo seja defraudada. “O Brasil caminha para uma espécie de suicídio como nação. O golpe é um programa de anulação de um país nação”, contextualizou o jornalista. “Eu não acredito que seremos derrotados pois a busca de projetos de libertação é constante na América Latina”.
Os participantes da mesa listaram essas diversas experiências de libertação na América Latina: a Revolução Bolivariana da Venezuela, em que Hugo Chavez fez resgate dialético das políticas de Simón Bolívar, em que a riqueza do petróleo foi aplicada em políticas sociais; a Revolução Democrática do Paraguai, quando se estabeleceu um modelo de país com reforma agrária, saúde e educação públicas, monopólio estatal nos tempos de Solano Lopez. “Essa experiência paraguaia foi esmagada, aniquilada. Eles nunca se renderam”, explicou Beto Almeida, dizendo que cada tentativa de levante é seguida de reação implacável.
Outras experiências de resistência e libertação da América Latina enquanto países soberanos ocorreram na Argentina de Perón, com a estatização de empresas privatizadas, as lutas de El Salvador, a revolução sandinista na Nicarágua, a Bolívia de Evo Moralez. “Não há saídas isoladas na América Latina. Sem integração da América Latina não há perspectivas”, disse.
Para Igor Fuser, esse ciclo progressista na América Latina não está encerrado e um exemplo disso é a Bolívia que continua crescendo após a nacionalização do gás por Evo Moralez, atitude repetida por Lula no Brasil. “Fala-se do fim do ciclo progressista como se fosse fatalidade, como se a gente fosse ficar esperando. A história está aberta à nossa intervenção e estamos em luta. Estamos vivos, temos voz e somos muitos”.
O 23º Curso Anual do NPC é realizado no Rio de Janeiro, de 22 a 26 de novembro e tem como tema: “Comunicar com todos os meios e falar para milhões”.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males