Claudia Santiago (NPC) na homenagem ao Brasil de Fato e aos meios alternativos
[Por Sheila Jacob – NPC] Na última sexta-feira (14/6), o Brasil de Fato foi homenageado pelo mandato do vereador Renato Cinco por seus dez anos de existência e atuação em defesa dos interesses da classe trabalhadora. Além do jornal, diversos veículos de comunicação alternativa receberam menções honrosas por estarem próximos às lutas do povo e por denunciarem as condições de vida das classes populares. Participaram da cerimônia de entrega parlamentares, militantes sociais e comunicadores alternativos e populares, como a jornalista Claudia Santiago, coordenadora do NPC. Ela lembrou um depoimento do diretor do MST João Pedro Stédile no filme Heróis da Resistência, quando disse que revolução é a transformação das estruturas econômicas e sociais. “Ele já dizia em 1999 que revolução era a mudança na estrutura da terra, do capital, e também mudar a Rede Globo e revolucionar a cultura. Tenho certeza de que ele continuou acreditando nisso, pois quatro anos depois ajudou a lançar o Brasil de Fato, importantíssimo para efetuar essas mudanças que ele tanto defendeu”, destacou.
Para ela, Nilton Viana e toda equipe são os heróis da resistência que há dez anos vem enfrentando o desafio de publicar as diferentes vozes da esquerda brasileira. “E esse sonho chegou ao Rio de Janeiro”, afirmou, lembrando que no 1º de maio deste ano, o veículo passou a ser editado semanalmente em uma versão especial para o Rio de Janeiro, com destaque para os temas locais e distribuído gratuitamente em vários pontos da cidade. Claudia Santiago também fez um resgate da história da comunicação contra-hegemônica no país. Citou jornais editados pelos anarquistas, pelos comunistas, a imprensa alternativa que enfrentou a ditadura civil-militar e a mídia sindical que denunciou o desmonte do governo Collor e a implementação do neoliberalismo no Brasil. “Depois veio a internet, e aí um reflorescimento da comunicação alternativa, com Revista Fórum, Caros Amigos, o Brasil de Fato etc. Além disso, temos os meios comunitários e populares, que descem o morro e divulgam outras vozes na Rádio do Santa Marta, no jornal da Cidade de Deus, no sarau da Apafunk etc. São novos atores existindo,e essa bela homenagem vai para todos eles”, concluiu.
Este jornal é uma conquista da classe trabalhadora
Nilton Viana, editor do Brasil de Fato, recebe medalha Pedro Ernesto. Foto: Maria Buzanovsky
O editor do jornal, Nilton Viana, esteve presente para receber a medalha Pedro Ernesto. “Este jornal é uma conquista da classe trabalhadora. Naquele ano de 2003 vimos a importância política de construir um jornal que permita elevar o nível de consciência da classe trabalhadora, para que ela a partir dessa capacidade de refletir seja capaz de conduzir o país para as transformações que queremos”, afirmou o jornalista. Renato Cinco destacou a importância de uma edição regional para denunciar as contradições vividas no Rio de Janeiro. “Estamos muito felizes com a edição Rio do Brasil de Fato, pois nossa cidade está repleta de contradições. Aqui os pobres têm sido expulsos do centro da cidade, os megaeventos servem de justificativa para a higiene social, o funk é criminalizado, o Maracanã deixou de ser do povo… E o jornal vem colaborando para que os movimentos sociais possam enfrentar essa batalha”, afirmou.
Além do Brasil de Fato, outros veículos de comunicação popular receberam menções honrosas por sua batalha diária na defesa das lutas sociais e denúncias das condições de vida dos mais pobres. Alguns dos homenageados foram o jornal O Cidadão, da Maré; o Jornal Sem Terra, do MST; o Núcleo Piratininga de Comunicação; a revista Vírus Planetário; a Rádio Comunitária Santa Marta; o Coletivo Tatuzaroio de Comunicação e Cultura; além de outras iniciativas.
