A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores denunciou, no início de maio, graves ataques a jornalistas e veículos de mídia no estado de Rondônia, pedindo que as autoridades deem um basta a essa violência e que garantam a proteção dos jornalistas e comunicadores no estado. Em menos de seis meses, registram-se pelo menos quatro casos graves de ataques a jornalistas e veículos de mídia. Em novembro de 2022, por exemplo, a sede do site Rondônia ao Vivo foi alvejada com pelo menos dez disparos de arma de fogo. Duas semanas depois, a sede da rádio Nova FM, também em Porto Velho, foi incendiada. Apesar das diversas manifestações públicas sobre as ocorrências e comunicação dos fatos à Polícia Federal, nenhuma medida efetiva na proteção dos comunicadores ameaçados foi tomada.

No final do mês de fevereiro, o carro do jornalista do site Foco em Notícia foi alvejado por oito disparos de arma de fogo, mas, além da perícia no veículo, a polícia não dá maiores informações quanto às investigações. Além desses, outros casos de ameaça de morte e assédio moral também fazem parte da vida dos comunicadores de Rondônia. Por fim, o Ministério Público Federal de Rondônia recebeu denúncia de violência grave contra um indígena da etnia Guarasugwe, que foi espancado. Há também relatos de ataques aos povos indígenas Wajuru, que causaram a morte de jovens na cidade. As violências relatadas e a ausência de ação por parte das autoridades demonstram que o território tem sido marcado pela violação de direitos e pela desatenção do Estado. Os casos narrados demonstram a escalada da violência contra jornalistas, comunicadores e populações indígenas em Rondônia. É absolutamente necessário que esse aumento das violações seja freado imediatamente e, para isso, instamos o poder público a tomar as medidas necessárias. “Solicitamos ao Observatório de Violência contra Jornalistas e Comunicadores, criado no âmbito da Secretaria Nacional de Justiça, que tome conhecimento de tais fatos e encaminhe às autoridades pedidos de atenção aos casos narrados”, solicita a Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores em sua denúncia.

https://rededeprotecao.org.br/jornalistas-comunicadores-e-populacao-indigena-sao-alvo-de-violencia-em-rondonia-e-criminosos-seguem-impunes/