[Por José Geraldo Couto] Aos 88 anos, o britânico Ken Loach, referência do cinema de engajamento político-social, continua fiel a seus valores humanistas num mundo cada vez mais desumano. Seu novo filme, O Último Pub, que entra em cartaz nesta quinta-feira, busca juntar os cacos dos sonhos despedaçados nas últimas décadas e encontrar motivos para manter a esperança. Ajuda também a iluminar o processo histórico que está por trás das recentes manifestações da extrema-direita na Inglaterra. O lugar em que se passa a história é significativo: uma cidadezinha do nordeste da Inglaterra que entrou em declínio depois do fechamento da mina de carvão local. Esse ambiente social depauperado, em que os desempregados de meia-idade enchem a cara de cerveja no bar, os adolescentes vadiam sem perspectiva pelas ruas e as mulheres fazem milagres para alimentar a família, é agitado pela chegada repentina de uma leva de refugiados sírios, instalados pelo serviço social em casas ociosas da cidade. | Continue lendo.