Os incêndios dos últimos dias queimaram toda a floresta da cordilheira central da Madeira e destruíram 95 por cento do Parque Ecológico do Funchal, uma área com 1000 hectares a uma altitude que varia entre os 470 e os 1810 metros, que tem como objectivo a erradicação das plantas infestantes e a sua substituição por espécies indígenas da laurissilva como o til, o vinhático, a faia, o loureiro e a urze. No continente, o fogo no Mezio, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, continuava ontem a não dar descanso aos bombeiros.
Para o ambientalista Raimundo Quintal, presidente da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, este é “um desastre bem mais grave, em termos ecológicos, que o temporal de 20 de Fevereiro”, embora sem vítimas humanas. O fogo, impelido por rajadas de vento da ordem dos 100 km/h, subiu veloz, ao início da tarde de sexta-feira, as vertentes da Ribeira do Cidrão, vindo do fundo do Curral das Freiras. Ao chegar ao Pico do Areeiro, começou a descer e queimou tudo pelo caminho.