[Texto de Charlie Gomes publicado em 27.7.2024] Era 27 de julho de 2023, exatamente um ano desde que essa imagem foi capturada. Eu estava trabalhando e fui prestigiar o evento do “Dia Municipal de Comunicação Popular” realizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), do qual tenho a honra de ter sido ex-aluno. O evento havia terminado, e notamos que a placa situada em uma praça pública, próxima à escadaria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, estava depredada.
Era justamente naquela semana que havia sido marcada por uma delação de réu e a prisão de um suspeito. Mesmo assim, não hesitamos. Apesar de todo mundo estar apavorado e com receio de fazer o que precisava ser feito, tivemos coragem e o fizemos.
Com a ajuda de um jornalista, um aluno recebeu apoio para consertar a placa, enquanto outros militantes o ajudavam, dando suporte para que não caísse.
Um carro de polícia estacionado próximo não notou o que estava sendo feito. Uma assessora saiu da câmara e questionou o ato, enquanto pessoas ao redor observavam. Até que entenderam que não estávamos depredando, mas sim realizando a manutenção da cidade; a gestão pública sendo feita através dos cidadãos.
Esse dia ficou marcado na minha memória.
A violência no Brasil é um problema sistêmico que nos acompanha desde os tempos da colonização, segundo a Brasil Escola. E, caso haja dúvida, basta estudar um pouco mais para compreender que é um fato verídico que afeta nossa democracia e sociedade.
Marielle Franco tornou-se um símbolo internacional após seu assassinato.
O extremismo e a violência política não são toleráveis, nem mesmo entre aqueles que os pregam, pois acabam sendo vítimas das próprias ideias, indo contra a constituição e o estado democrático de direito.
Sonho com um futuro em que não sejamos marcados por assassinatos e símbolos, mas sim por justiça e respeito.
E, depois de tanta insistência, obrigado pelo presente da fotografia: @amedeirinhos1968!