[Por Claudia Santiago] Meu Nome Não é Johnny é um hino em defesa dos direitos humanos e da crença na possibilidade de recuperação dos indivíduos. É bonito. É sensível. É humano. É mais um filme que trata do mundo das drogas no Rio de Janeiro. Mas não é simplesmente mais um. Desta vez, o mesmo assunto é abordado de um ponto de vista totalmente contrário aos valores que compõem a ideologia fascista. É o anti – Tropa de Elite. Não tem heróis salvadores da pátria.
Embora mostre o tráfico de drogas no Fórum do Rio de Janeiro, traz a redenção do personagem principal pelas mãos de uma juíza do mesmo Fórum. Ou seja, não prega, na prática, a inutilidade do Estado.
O filme apresenta os consumidores como pessoas comuns da classe média: um psicanalista, operadores da Bolsa de Valores. Não julga. Mostra o potencial de destruição da cocaína, tanto para quem consome quanto para quem vende, mas não criminaliza os usuários. Não é moralista.
Ao contrário do filme que no ano passado fez tanto sucesso que acabou virando modelo de brincadeiras de criança e tema de barco na tradicional procissão de Ano Novo em Angra dos Reis, tampouco criminaliza a pobreza. Não se furta, porém, de mostrar que na cadeia são quase todos negros. Meu Nome Não é Johnny mostra os traficantes brancos, ajudados por senhoras bem estabelecidas, moradores da zona sul.
O filme, com Selton Mello, no papel principal, conta a história do traficante João Guilherme Estrella. Um Filme de Mauro Lima, produzido por Mariza Leão. Certamente vai ajudar a juventude a entender a destruição provocada pela dependência química e pelo tráfico de drogas.