A cobertura da mídia no caso do suicídio do preso cuban Orlando Zapata o foi tema de um artigo escrito pelo argentino Atilio A. Boron, professor da Universidade de Buenos Aires e vencedor do Prêmio José Marti 2009, da Unesco.

De acordo com Atílio Boron, o jornal espanhol El País informou em sua edição digital de 27/02 que “A dissidência cubana segue mobilizada pela morte do prisioneiro de consciência Orlando Zapata Tamayo.” Ele afirma que a afirmação é falsa, e a verdadeira intenção desse veículo e de tantos outros é fortalecer a permanente campanha de ataques e agressões contra a Revolução Cubana, além de alimentar os preconceitos de grande parte dos leitores.

Entretanto, uma nota publicada pelo intelectual Enrique Ubieta Gómez permitiu desmontar a mentira repetida a quatro cantos. Nela se demonstra que o suposto “prisioneiro de consciência” não era tal. Por isso ele nunca figurou na lista de “prisioneiros políticos” elaborada pela Comissão de Direitos Humanos da ONU em 2003, substituída por causa de sua arbitrariedade a serviço dos interesses dos Estados Unidos pelo Conselho de Direitos Humanos.

Zapata Tamayo, como diz Ubieta Gómez, era um preso comum, cujos problemas com a justiça começaram em 1988. Foi processado por diversos crimes, como “violação de domicílio”, “lesões pouco graves”, “posse de arma branca”, “desordem pública”. Ele foi liberado em março de 2003, sendo condenado novamente à prisão por insistir nos delitos. E foi nesse momento que passou a se afirmar não mais como um preso comum, mas sim como um cidadão que defende a “liberdade” e a “democracia” em Cuba. Tal mudança repentina de Orlando foi silenciada.

Além de mentir sobre o fato de ser um preso de consciência, a mídia comercial também ocultou que a tal “dissidência política” é, na verdade, um grupo de subversivos que foram pagos pelos Estados Unidos para trabalhar a favor de um país que declarou guerra a Cuba e que mantém contra a ilha um bloqueio criminoso já condenado pela comunidade internacional.

[Com informações do artigo de Atilio A. Boron]