[Por Sheila Jacob] Em junho, vários protestos tomaram as ruas do país e em algumas cidades as mobilizações alcançaram algumas vitórias. No Rio de Janeiro, além de conseguirem impedir o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus, os movimentos populares garantiram que o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare não sejam mais demolidos. Eles ficam no entorno do Maracanã, e seriam destruídos para a construção de um estacionamento e um shopping no local. Outra conquista foi garantir a sobrevivência da Escola Municipal Friendenreich, que é uma das mais bem avaliadas no ensino público do Rio de Janeiro.
O movimento contra as remoções também obteve uma importante vitória. A comunidade Vila Autódromo não será mais removida. Ela está na mira das remoções há bastante tempo, mas as ameaças se intensificaram desde que foi anunciado que o Brasil será sede das Olimpíadas em 2016. A possibilidade da permanência das famílias foi anunciada pelo prefeito Eduardo Paes em uma reunião no dia 9 de agosto com a Associação de Moradores, Defensoria Pública e pesquisadores que auxiliaram na construção do Plano Popular. A comunidade era um alvo importante da especulação imobiliária, pois está localizada em Jacarepaguá, bem perto da Barra da Tijuca – área muito valorizada na cidade.
A Câmara dos Vereadores do Rio também se encontra ocupada desde a última sexta-feira. Os manifestantes exigem a anulação da instalação da CPI dos Transportes e a renúncia de parte dos membros, incluindo o presidente e o relator, Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos do PMDB. Reivindicam ainda que só participem os vereadores que assinaram a favor da CPI e que o presidente seja o vereador proponente – Eliomar Coelho – conforme a tradição. Graças à mobilização a primeira reunião da CPI foi cancelada, e o movimento continua no centro da cidade.
Para quem repete que as mobilizações não levam a lugar algum, esses são alguns exemplos de que lutar vale a pena.