[Por Breno Altman] Nessa segunda-feira, dia 19 de dezembro, às 21h15, faleceu um militante internacionalista de toda a vida. Um homem que dedicou sua existência à luta pelo socialismo, à revolução proletária e à solidariedade anti-imperialista.
Aos onze anos, filho de um revolucionário polonês de origem judaica, integrou-se ao Partido Comunista, com o qual romperia em 1984, para se juntar ao Partido dos Trabalhadores.
Advogado, editor e jornalista, forjou sua biografia com destemor. De rara cultura e hábitos simples, teve um só lado desde muito jovem: o do movimento de libertação dos trabalhadores.
Era um filho da revolução de outubro. Da resistência contra a ditadura à defesa dos governos petistas, sempre esteve nas primeiras fileiras de combate.
Não hesitou jamais na oposição aberta ao sionismo, na solidariedade incondicional com a revolução cubana e no apoio incansável aos governos progressistas da América Latina, particularmente à revolução venezuelana.
Foi um grande pai, meu e de meus irmãos, Fabio Altman e Rogerio Altman.
Um avô terno e atencioso para nossos filhos, seus netos.
Um companheiro dedicado às duas mulheres que amou, minha mãe Raquel e sua esposa atual, Liria Pereira.
Um camarada de seus camaradas.
Nunca esqueceremos os valores que sempre nos ensinou e a todos que nos cercavam: a valentia, a lealdade, a coerência, a honestidade, a abnegação, o compromisso com o conhecimento e o trabalho, a dedicação ilimitada à luta dos povos.
Há um mês foi diagnosticado com tumor cerebral, do tipo mais agressivo, dez anos depois de ter se curado de uma leucemia.
Morreu aos 79 anos, ao som de Les Amants de Paris, cantada por Edith Piaf, assistido por minha companheira, Flávia Toscano, que testemunhou o último suspiro desse homem inesquecível.