[Katia Marko e Fabiana Reinholz | Brasil de Fato | Porto Alegre (RS)] Crítica da chamada grande imprensa, a jornalista Cláudia Santiago questiona a reação dos empresários diante do debate sobre a democratização da comunicação. Defende um aprofundamento da apuração de muitos temas socialmente relevantes, tarefa que a imprensa empresarial não cumpre como deveria. Coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), ela ressalta o papel das publicações alternativas, do campo democrático-popular, e da comunicação sindical.
Nesta longa conversa, Cláudia aponta caminhos para a imprensa sindical. Argumenta que deve ir muito além do noticiário sobre sua categoria e o mundo do trabalho. E que devem ousar mais, abordando temas raros nas páginas da imprensa sindical como a sexualidade e a cultura. Propõe que recorram aos mais diferentes modos de comunicação social, invadindo todas plataformas disponíveis. Trata do desafio das novas mídias, das fake news e de seus problemas, mas também de suas vantagens. Lembra que, se fosse depender da Rede Globo, Anitta jamais poderia anunciar na emissora seu apoio à candidatura Lula, o que fez através da sua rede na internet, onde tem 60 milhões de seguidores.
Confira e entrevista:
Brasil de Fato RS – Desde sua criação no Fórum Social Mundial de 2003, o Brasil de Fato se consolidou como uma mídia que ouve os movimentos populares. Qual a importância desse papel no contexto da mídia brasileira?
Cláudia Santiago – O Brasil de Fato foi o único jornal na história do Brasil que reuniu uma parte significativa do movimento popular e do movimento sindical em torno dele. Existiram diversas experiências da imprensa alternativa da década de 1970 que também cumpriram esse papel. Mas, após aquele período, o Brasil de Fato é aquela comunicação que aparece como uma comunicação não unitária, mas que representa um grupo expressivo da sociedade. É o primeiro grande mérito do Brasil de Fato.
O segundo foi a criação de coletivos estaduais de jornalistas, intelectuais, apoiadores, que discutiam a pauta do Brasil de Fato e participavam contribuindo com entrevistas, com artigos. Se não me engano era uma ideia original do jornal, que tivesse esse apoio nos estados, que os jornalistas de esquerda se envolvessem e fizessem juntos.
A comunicação guiada por interesses empresariais, seja do mundo financeiro como do industrial ou do agronegócio, defende a reforma trabalhista, a venda da Eletrobras e da Petrobras. Não defendem os interesses da maioria do povo. Infelizmente falar assim do jornalismo é muito ruim, porque eu estou falando da minha categoria, mas é isso que acontece. Por outro lado, a profusão de informações na internet chegando ao mesmo tempo de todos os lugares, torna muito difícil fazer uma leitura razoável sobre o que acontece no país e no mundo e, às vezes, na nossa própria cidade. Termos uma equipe de jornalistas que apurem, reportem, revisem, tenham compromisso com as informações, respeitem o código de ética da categoria, e tenham compromisso com os interesses da maioria da sociedade, ou seja, com o povo, é muito importante.
BdFRS – Produzir jornalismo contra-hegemônico com qualidade e credibilidade é uma batalha diária no Brasil. São dois os inimigos: a mídia empresarial e a produção de fake news. Falta apoio dos setores da esquerda para consolidar e ampliar os veículos da rede?
Cláudia Santiago – Acho que já há uma certa compreensão no meio da esquerda de que a gente precisa manter os canais, que são os canais da classe trabalhadora. Mas temos que aprofundar isso. É uma questão muito séria, que passa mais do que por apoio pontual de um ou outro sindicato, de um ou outro partido, mas passa por uma política que tenha a comunicação social como prioridade.
BdFRS – O Brasil há muitos anos já vem discutindo a questão da democratização da comunicação e a regulação dos meios, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação já completou 30 anos. Em 2009, após intensa mobilização, houve a primeira e única conferência sobre comunicação no Brasil. Quais são os principais entraves que não permitem que a gente progrida nesse tema?
Cláudia Santiago – O capitalismo, a gente vive num sistema capitalista. Vivemos em um sistema em que tudo está na mão de uma pequena minoria, cada vez mais uma minoria menor, que concentra todo o poder e toda a riqueza e obviamente concentra também os poderes nos meios de comunicação. Eles vão lutar com todas as forças para que isso não aconteça. Vão nos acusar de cerceadores, de que a gente não quer liberdade de imprensa. Imagina, nós somos os grandes defensores da liberdade de imprensa! Costumo dizer que somos os defensores da liberdade de imprensa porque não temos nada para esconder. A classe trabalhadora não tem nada para esconder, nada a perder a não ser as suas correntes.
As correntes dos ubers, dos meninos que transportam mercadorias pela cidade, o que essas pessoas têm para esconder? A nós interessa a liberdade de imprensa, interessa que a realidade apareça e seja vista nos meios de comunicação. Não queremos cercear ninguém. Muito pelo contrário: queremos é um aprofundamento da apuração de temas, o que a grande imprensa não faz. Eles permitem até que a gente consiga regular a propaganda infantil em um determinado horário. Pode até ser, e é, uma vitória. Ou a propaganda do cigarro, da bebida. É a democratização no sentido de que a televisão e o rádio são concessões públicas e que têm que estar trabalhando pelo público. E que hajam leis que se, por acaso, isso for descumprido, que a concessão seja cassada. Mas o principal entrave é que a gente vive em um sistema capitalista e, então, essa democracia, ela é uma democracia relativa.
BdFRS – As atividades do NPC remontam a 1992, ou seja, 30 anos construindo comunicação popular e da classe trabalhadora. Como vês a evolução dos meios de comunicação no Brasil nesse tempo?
Cláudia Santiago – É uma confusão. Acabei de receber um telefonema. Entrou um jornalista novo para trabalhar num determinado sindicato e a pessoa me ligou: “Por favor, me diga quais livros essa pessoa precisa ler?” Falei: “Olha, do ponto de vista do que é a comunicação sindical, para que serve, seus objetivos, seus interesses, os livros que escrevemos, Vito Giannotti e eu, estão atualíssimos”. Continuamos dizendo que a comunicação sindical precisa ser feita por um tripé que envolva a direção do sindicato, a equipe de comunicação, os delegados sindicais, representantes de núcleo. Ou seja, aqueles que estão mais perto da base. Agora, do ponto de vista da técnica, mudou tudo. Do ponto de vista do poder, também mudou.
A Rede Globo ainda tem muito poder, mas não é tão poderosa assim. Está disputando espaço com a Disney e outros canais, apostando no GloboPlay. Está mudando a forma como as pessoas veem televisão, como se comunicam e esse mundão da internet. Há previsões de profissionais da área que os jornais impressos não durem mais do que seis anos. Não sei, mas eu já ouvi isso. Se houve avanço? Acho que é muito bom muita gente falando na internet. A Anitta hoje declarou voto no presidente Lula já no primeiro turno das eleições. Uma pessoa com a capacidade de comunicação da Anitta, com a penetração que ela tem, e poder fazer isso pelas redes sociais. Ela ia fazer isso na Rede Globo? Ela não iria. A Rede Globo não vai botar a Anitta fazendo uma declaração dessa, mas ela pode fazer pelas redes sociais. Uma juventude que usa de forma muito inteligente as redes sociais para comunicar a realidade das suas localidades. Ao mesmo tempo, tem o outro lado. Uma máquina de guerra pensada, estruturada internacionalmente para desestabilizar governos, para colocar governantes, para montar e desmontar cenários.
Em um dos países da primavera árabe, (um dos manifestantes) que mais tuitou, que mais fez a agitação, ao ser perguntado sobre o que queria naquele momento, falou: “Ir para uma ilha deserta com meu computador”. Falei: “Então, tem alguma coisa errada”. Porque se é um de nós, se a gente consegue uma revolução, queremos que ela vá em frente. E o cara quer ir para uma ilha deserta com o computador dele… Perguntei ao Arthur Willian, que trabalhava aqui no NPC, um estudioso dos meios digitais: “Mas, Arthur, se eles quiserem eles derrubam a Dilma?” E o Arthur: “Derrubam”. Obviamente sabemos que a Dilma não foi derrubada só pelas manifestações das redes. Não é isso. Tinha o Eduardo Cunha chantageando para botar ou não botar em votação, tinha o processo das fake news.
Temos que enfrentar essa imprensa burguesa naquilo que for contra os interesses da população trabalhadora. Não gostava nem um pouco de ver o jornalista Caco Barcellos ser agredido em manifestações. Queremos a liberdade de imprensa, mas esse direito não é o direito de ficar a televisão durante a manhã inteira – como ficou no ato contra a presidenta Dilma no Rio – chamando a população para Copacabana. O ato vazio e eles chamando e insistindo para botar a população na rua contra a Dilma. Não é papel de um meio de comunicação. Mas eles fizeram. E o papel que deveriam cumprir de explicitar para a sociedade quem compõe o Congresso, a bancada do boi, da bala e da bíblia, dizer quem são esses deputados? É obrigação. Por que não fazem?
BdFRS – Frente a isso tudo – a rede de fake news, essa rede bolsonarista, esse gabinete do ódio – acreditas que os sindicatos e movimentos populares estão enxergando a comunicação realmente como algo estratégico que necessita de planejamento, que necessita de investimento?
Cláudia Santiago – Com a pandemia, os sindicatos se voltaram para novas formas de comunicação através da internet e acho que fizeram isso muito bem. Não estou generalizando. Mas muitos sindicatos fazem coisas muito boas nos seus sites, com transmissões conjuntas ao vivo, coberturas conjuntas, entrevistas, cursos. Usaram e abusaram das redes sociais. Foi muito mais causado pela pandemia do que pelo susto das fake news. Em 1989, quando houve o debate Lula x Collor, na véspera da eleição, na Rede Globo, e o debate foi apresentado manipulado de forma a favorecer Collor, a gente pensou: “Bom, agora não tem outra: a esquerda vai fazer a sua comunicação. Entendeu que não pode ficar esperando um espaçozinho na Folha de São Paulo, não pode se iludir com a Globo, não pode achar que a Globo é parceira, é democrata, faz parte do jogo republicano…”
Essa ilusão a gente achou que tinha passado. Mentira, não passou. Não posso ser injusta porque muitos sindicatos investiram tremendamente e mudaram a sua comunicação nesse período. Mas ainda há muita falta de planejamento. “A minha categoria é assim e, se a minha categoria é assim, como vou me comunicar com ela?” Não há uma receita. Com os bancários de Porto Alegre, a comunicação é de um jeito. Com os metalúrgicos de Porto Alegre, de São Leopoldo, é de outro jeito. Neste momento volto para a importância de um jornal como o Brasil de Fato. Ele fala com todas as categorias e a comunicação sindical não. A comunicação sindical é feita para falar com aquele público. Sempre insisto que a comunicação sindical não tem que falar só com o trabalhador e apenas dos assuntos do mundo do trabalho. Tem que falar com o trabalhador, com a sua família, e com os assuntos em geral que interessam à classe.
Por exemplo, um jornal de ferroviários falar sobre educação. Quem vai para a escola não é o filho da classe? Então, por que que o jornal de ferroviários não pode tratar de educação e saúde? E um sindicato da saúde porque não vai falar dos transportes, da nossa dependência dos ônibus, no pouco investimento nos metrôs? E não é só isso. O jornal do sindicato pode falar sobre sexualidade. É a vida das pessoas. Deve falar sobre cultura. A categoria é cheia de artistas, nosso povo é muito criativo. Toda a categoria tem os seus artistas. Por que não mostrar os seus artistas?
Nós nos saímos muito bem na década de 1990, sozinhos, lutando contra as privatizações. Você sabe disso, Katia. Você estava lá. Não tinha internet e não tinha nada de imprensa alternativa e nem popular. O que tinha era comunicação sindical. Enfrentamos muito bem. É uma nova realidade que a gente ainda está aprendendo e, conforme vamos aprendendo, vamos mudando. Quando a gente aprender e dominar essa técnica já não serve mais. Já é uma outra técnica, a tecnologia ela está dando um banho em todos os humanos. Durante a pandemia, a imprensa sindical criou. Nossa Senhora, a quantidade de atividades pelo computador de que participei com sindicatos no Brasil inteiro! Acho que é um método que posso usar para dizer o quanto a imprensa sindical atuou e está atuando nas redes sociais, mas ainda precisa dedicar mais tempo a isso.
BdFRS – Com o advento da internet, a gente achou que ela fosse nos libertar e tudo fosse se comunicar. Como avaliar a inserção das forças de esquerda nos meios de comunicação digital?
Cláudia Santiago – A gente começou com o Alternex, do Ibase (primeiro provedor de acesso brasileiro pertencia ao Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas -Ibase, dirigido pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho). Nosso e-mail todo era claudiasantiago@alternex.org.br. Acho que a esquerda atua dentro das suas possibilidades nas redes sociais. Não vamos agir como eles. Não vamos ter robôs e plantar notícias falsas. Nossa forma de agir na internet é diametralmente oposta à forma de agir da direita e hoje da extrema direita. Vimos o que aconteceu, o triste assassinato no Paraná. Eles se aproveitam do potencial das redes para jogar sujo. Não vamos jogar sujo. Não temos os mesmos recursos do Elon Musk para comprar o Twitter. Então, a gente já entra em desvantagem financeiramente, entra em desvantagem porque não joga sujo.
A gente faz as coisas muito direitinho e isso dá muito trabalho. Tem que procurar a informação, tem que verificar se está correta. Nossa atuação na internet é muito boa, mas limitada por esse fator econômico. Cada vez mais necessitamos de grupos de esquerda pensando e produzindo para a internet e produzindo coisas que todos possamos usar. Essa campanha do “Bolsocaro” foi fantástica. E foi pra rua e viralizou na internet. É possível fazer coisas criativas e viralizar nas redes.
Precisamos de organização e ela é difícil. Cada um é um partido. Eu apostaria na articulação das centrais sindicais criando esses grupos especializados no assunto, fortalecendo e distribuindo para os seus sindicatos. Nós temos capacidade. Sigo pelo Instagram jovens com milhares ou milhões de seguidores, que estão do nosso lado. Precisamos nos articular com essas pessoas, os artistas, os educadores, os formadores de opinião, os publicitários e, obviamente, os jornalistas. E fazermos campanhas unitárias. Lançar um produto e (fazer) esse produto viralizar no Brasil inteiro. Chegar, talvez, a uma agência das centrais. Aí já é sonho demais. Mas aposto na unidade da esquerda e vou continuar apostando.
BdFRS – O papel da comunicação popular deve ser de informação, mas também de formação. Como conciliar esses dois objetivos?
Cláudia Santiago – Mole. A comunicação popular pressupõe organização popular. Só enxergo uma atividade como comunicação popular se é feita por um grupo e distribuída por esse mesmo grupo para um determinado grupo de pessoas. Ou seja, feito pelo povo, com o povo e para o povo. Na medida que existe esse processo, você vai pensar a pauta de acordo com os interesses e necessidades estruturais e conjunturais daquele território ou comunidade naquele momento. É isso que vai determinar a pauta do que vai ser dito. E o grupo vai determinar a forma como isso vai ser dito. Se é através de um jornal, de um podcast, da rádio comunitária, da rádio poste. Tudo é definido pela comunidade. É um processo educativo. As pessoas estão discutindo a sua vida, suas necessidades, sua luta. Na medida que eles distribuem, têm o retorno de outras pessoas que passam a fazer parte também desse processo de mobilização em torno da comunicação popular.
Aqui na Rocinha, tem o jornal Fala Roça. A Micheli Silva, uma das organizadoras do jornal, me disse assim: “A gente tem que entregar o jornal de mão em mão, porque quando a gente entrega o jornal é que se sabe se as pessoas estão gostando ou não. E a gente sabe o que elas querem que entre no jornal”. Achei horrível aquela história de sindicato terceirizar a expedição. Jornal de sindicato tem que ser distribuído por diretor ou por diretora de sindicato ou por aqueles que giram em torno do sindicato. A partir do momento em que você começa a terceirizar tudo, daqui a pouco você está terceirizando gente para fazer greve. Não dá. Sempre achei muito ruim. Pode até ter uma equipe que distribua profissionalmente, mas ela pode ser complementar à ação do dirigente sindical. Temos experiências aqui no Rio de jornais populares que também são distribuídos, embora por moradores, de forma profissional. São complementares. A distribuição é central. A gente acha que é muito importante fazer. Fica feliz porque só a gente leu, achou lindo, mas ninguém leu. Não faltam jornais, textos, rádios, podcasts na esquerda. Falta ouvinte, falta leitor.
Mas pelo celular dá pra ouvir o podcast. A maioria das pessoas no Brasil entram na internet pelo celular. Sabemos que as pessoas têm acesso a determinadas redes sociais e aplicativos por contrato dessas redes sociais com as companhias telefônicas. Então temos que saber onde é que está esse povo e ir atrás. Criar produtos que sejam agradáveis para essas pessoas. A gente tem que começar a fazer novelinha. Novelinhas assim de 12 minutos. Novelas bonitas. A gente tem uma novela radiofônica sobre Rosa Luxemburgo. A história da vida amorosa da Rosa é linda. Ela era bem namoradeira. Estou na defesa agora da gente fazer esses sketches para disputar. Têm alguns com conteúdos mais avançados mas é muito pouco.
BdFRS – No último final de semana, o NPC realizou aqui em Porto Alegre, junto com o Brasil de Fato, um seminário de comunicação sindical. Reuniu mais de 100 pessoas, dirigentes e jornalistas não só da Capital, mas de outros lugares do estado e até do país. Qual a tua avaliação desse seminário e que frutos podem vir a partir dele?
Cláudia Santiago – Nós fizemos uma assembleia de trabalhadores para conversar sobre comunicação. Não foi uma assembleia da CUT, da CTB ou da Conlutas. É legítimo que as centrais façam as suas, tomara que façam. Mas nós precisamos de assembleias de trabalhadores. Além dos sindicatos, estavam o Coletivo, o Brasil de Fato, a RádioCom Pelotas… Não fizemos um seminário sobre comunicação sindical e sim uma assembleia de trabalhadores para conversar sobre a comunicação da nossa classe. Foi perfeita. Foram muito bons os temas debatidos. Houve espaço para as pessoas contarem suas experiências. Seminários como esse de Porto Alegre eu sonhei em 2021.
Para 2023, estou sonhando com uma assembleia de trabalhadores para conversar sobre comunicação sindical. Quem sabe a gente não faça uma em novembro no Rio de Janeiro? Foi isso gente: 110 trabalhadores e trabalhadoras se reuniram para pensar a comunicação da sua classe. Quais os passos? Foi só uma primeira assembleia. Não teve votação, não teve resoluções. Mas ouvimos várias falas apontando que não dá mais para voltar atrás depois do que fizemos nesse final de semana em Porto Alegre. Dali tem que sair uma nova atividade e novas formas de comunicação ou fortalecimento das comunicações que já existem. Foi bom demais.
BdFRS – Depois de dois anos de pandemia com o Núcleo Piratininga de Comunicação realizando o seu curso anual virtualmente, neste ano vai retomar o curso presencial no Rio, de 16 a 19 de novembro. Qual a expectativa?
Cláudia Santiago – Realizar uma assembleia de trabalhadores e trabalhadoras para conversar sobre comunicação popular. É a grande expectativa deste ano. Não vamos obviamente reduzir o número de pessoas. Em dez dias, o Núcleo Piratininga vai estar em São Luís no Maranhão, também com esse número, fazendo um seminário de comunicação sindical. Nosso curso anual não deve passar de 120 pessoas. Temos ainda todos os cuidados com a pandemia, a covid está aí pegando gente próxima da gente. Usem máscara porque ela pega de verdade e derruba, mesmo depois da vacina. Com todos esses cuidados vamos realizar presencial. Na próxima semana, vamos divulgar o tema central, local e abertura das inscrições.
BdFRS – E por fim, queria que tu deixasses uma mensagem para os quatro anos do Brasil de Fato no Rio Grande do Sul.
Cláudia Santiago – Parabéns, coragem, continuem, façam reportagens. A gente precisa muito do Brasil de Fato. Longa vida.