[Instituto Telecom – junho de 2023] Uma nova tragédia ambiental ronda a Amazônia. De acordo com o ator e roteirista Gregório Duvivier em seu programa Greg News, só com o anúncio da pavimentação da BR-319, Manaus – Porto Velho, o desmatamento em torno da rodovia dobrou. A licença para a pavimentação ocorreu no governo Bolsonaro, mas corre o risco de ser executada agora apesar da realidade atual – a produção agropecuária de Rondônia já é escoada pelo rio Madeira, em paralelo a BR-319, a um custo 20 vezes mais barato que o rodoviário.
Uma das principais capitais da Amazônia, Manaus tem um dos piores sistema de transporte público do país e 74% da população não têm acesso a esgoto tratado. A pavimentação, portanto, não é uma prioridade e só beneficiará grileiros, traficantes etc. (…)
Nesse cenário, falar em direito de acesso à banda larga parece supérfluo. Engano. A falta de saneamento básico, a destruição do meio ambiente e a falta de banda larga demonstram que os graves problemas brasileiros foram enfrentados no passado de forma equivocada. Como destaca a Unesco, o Brasil é um país que luta com desigualdades extremas, inclusive em termos de ligação de internet de banda larga, com 70% do acesso agrupado em cinco grandes áreas urbanas.
Segundo dados da Anatel, alguns estados que compõem a Amazônia têm baixíssimo nível de acesso à banda larga:
a) No Amazonas, de cada 100 habitantes apenas 12 têm acesso à internet de qualidade.
b) No Acre, de cada 100 habitantes apenas 11,7 têm acesso à internet de qualidade.
c) Em Rondônia, de cada 100 habitantes apenas 17,69 têm acesso à internet de qualidade.
d) Em Roraima, de cada 100 habitantes apenas 13,54 têm acesso à internet de qualidade.
A redemocratização do país, com o governo Lula, precisará trazer junto uma nova política para o meio ambiente, para o saneamento básico, para a banda larga.