Segundo os cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para o trabalhador brasileiro somar os 15 anos de contribuição, que eram necessários para aposentadoria, demorava em torno de 25 anos, isto porque ele sempre enfrenta períodos de desemprego ou é obrigado a cair na informalidade. Só que agora a situação ficou ainda pior: são necessários 20 anos de contribuição e idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres. E mesmo se conseguir o benefício, com o novo cálculo, ele será 20% menor. Assim, a velhice desamparada, sem aposentadoria, ou um benefício menor é o que esperam os 38 milhões de brasileiros considerados trabalhadores informais pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), número maior que os 36 milhões de trabalhadores do setor privado com carteira assinada ou que os 12 milhões de funcionários públicos. | Leia a matéria completa de Vinicius Lisboa, da Agência Brasil.
Assim como Maria de Lourdes, 38 milhões de brasileiros são considerados trabalhadores informais pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por não terem vínculos empregatícios nem trabalharem por conta própria como autônomos, pessoas jurídicas ou microempreendedores. Esse número é maior que toda a população da Região Sul e também que os 36 milhões de empregados do setor privado com carteira assinada e que os 12 milhões de empregados do setor público. Esses trabalhadores podem contribuir para a previdência de forma autônoma, com alíquotas de 11% a 20%, mas necessidades mais urgentes, muitas vezes, impedem que reste algum dinheiro para o futuro, explica a diretora técnica adjunta do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Patrícia Pelatieri. Com exigências mais rígidas e mudanças de cálculo impostas pela Reforma da Previdência, benefícios menores ou aposentadoria alguma os aguardam na velhice.