E o NPC está fazendo 25 anos. Que abuso! Sem lenço e sem documento começou sua trajetória. As primeiras apostilas eram feitas à mão, assim como os bambus dos vietcongues. Depois foram aperfeiçoadas. Quantas dessas apostilas foram reproduzidas pelo Brasil nesses 25 anos?! Milhares. Elas chegaram de barco a Tarauacá, a 400 km da capital do Acre, Rio Branco. As apostilas do NPC cruzaram o país com suas mensagens de incentivo à Comunicação dos Trabalhadores e aos sindicatos para que disputassem corações e mentes. Elas apresentaram todos os instrumentos. Do boletim feito à mão, se fosse preciso, às últimas ferramentas da tecnologia da informação. Elas ensinaram a escrever, a falar em público e contaram, como poucos livros, a história dos trabalhadores no Brasil.
Elas gritaram que nenhuma frase pode ter mais do que 22 palavras. E que a maioria das palavras usadas por advogados, psicólogos, intelectuais e sindicalistas, entre outros, não são compreendidas pela maioria da população.
Esse material didático é um patrimônio da classe trabalhadora brasileira. Você, que está recebendo esse boletim, muito certamente tem uma delas em casa. Cuide bem!
O NPC chega aos 25 anos porque vocês se apaixonaram por nós e nos apoiaram muito.
De 19 a 24 de novembro, no 25º Curso Anual do NPC, vamos celebrar tudo isso. Vamos celebrar o que aprendemos juntos, nós, as mulheres e os homens que distribuíram muitas cartilhas sobre o 1 de Maio, Dia dos Trabalhadores; e sobre o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Nós que fizemos panfletos, cartazes, adesivos, boletins, jornais, revistas, transmissões ao vivo e um monte de postagens nos blogs e depois nas redes sociais.
E vamos aprender mais. Vamos aprender como nos virar nesse vasto mundo da Internet, mas com o pé preso na nossa história, na luta do nosso povo. E sempre com muito afeto, muita alegria, música, arte. Arte e Resistência. Vamos sentir saudade, obviamente. Ela também faz parte da nossa história.