Dênis de Moraes:
“Não vejo indícios de que nos livraremos tão cedo da ditadura do pensamento único”
Por Bruno Zornitta – Dênis de Moraes é professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense e pós-doutor pelo Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO). Publicou, entre outros livros, Cultura mediática y poder mundial (Norma, 2006), Sociedade midiatizada (Mauad, 2006), Combates e utopias: os intelectuais num mundo em crise (Record, 2004) e Por uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural e poder (Record, 2003), os dois últimos indicados ao Prêmio Jabuti, na categoria Ciências Humanas. [12.02.2007]
Marcos Dantas:
“A Comunicação é assunto de todos nós. As pessoas têm que largar as suas particularidades e entrar nessa discussão”.
Por Marcela Figueiredo – Marcos Dantas é professor do departamento de comunicação da PUC-RJ, ex-representante do Poder Executivo no conselho consultivo da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e ex-secretário de educação a distância do MEC. Trabalhou com a Federação Nacional dos Telefônicos (Fittel) e é autor do livro “A lógica do capital informação”.
Dantas participou da 12º Curso Anual do NPC na mesa sobre Democratização da Comunicação, juntamente com Gustavo Gindre.
Adelaide Gonçalves:
“As lutas sociais produziram suas formas próprias de comunicação e engendraram formas de combate à cultura hegemônica”
Por Bruno Zornitta – Adelaide Gonçalves, é militante da esquerda social, historiadora, com interesses de pesquisa e trabalhos publicados na área de História Social, em conexão com História Social das Idéias. Participou do painel “Cultura a serviço de um projeto de sociedade”, no 12º Curso Anual do NPC. É professora da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Aos jornalistas que se empenham em construir uma outra comunicação, voltada para os trabalhadores, Adelaide propõe: “Vamos estudar mais, ler mais o mundo à nossa volta. Vamos aprender fazendo a luta social. Vamos ajudar a recuperar o melhor do vocabulário dos precursores socialistas libertários: solidariedade, apoio mútuo. E, como estamos próximos do 8 de março, nos inspiremos na escrita afiada, na memória de nossas Louise Michel, Mary Wolstonecraft, Flora Tristan, Rosa Luxemburgo, Emma Goldmann e no exempl
o das mulheres da Via Campesina que arrancaram as mudas da morte para semear a vida. [12.02.2007]
Altamiro Borges:
“Não estou querendo pensamento único; isso quem tem são os neoliberais”.
Por Bruno Zornitta
Almiro Borges é jornalista. Destacado dirigente político do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na década de 80 escreveu no jornal Tribuna da Luta Operária.Hoje é editor da revista Debate Sindical e colaborador do Portal Vermelho, entre outras tantas publicações. “Eu penso que nesse caso, mesmo tendo diferenças de opinião, de análise da correlação de forças, o fundamental é a gente não queimar pontes. Não criar um sectarimo que impeça de nos unirmos em determinadas ações. Acho que o grande esforço hoje é construirmos bandeiras de unidade de ação. Não dá para construir uma unidade orgânica, mas pelo menos uma unidade de ação”, diz nosso entrevistado. [01.12.2006]
Beto Almeida:
“É preciso não ter a ilusão de que, algum dia, esses meios de comunicação que estão aí serão democráticos.”
Por Bruno Zornitta
Beto Almeida é jornalista. Árduo defensor de políticas públicas para massificar a leitura de jornal e pelo direito de todos a uma comunicação verdadeiramente democrática e capaz de fortalecer a luta por uma nova sociedade. Por sua luta contra a ditadura foi expulso da Universidade de Brasília. Viveu escondido, foi anistiado e reintegrado em 1979. É dirigente do Sindicato dos Jornalistas de Brasília. Trabalha na TV Senado, dá cursos de radiojornalismo para o MST, é repórter do Jornal Brasil de Fato e é diretor da Tele-Sul. Esta última, em particular, é o tema desta entrevista. [02.12.2006.]
Beto Novaes:
“A imagem tem um poder de compreensão muito maior do que a escrita”
Por Marcela Figueiredo
Beto Novaes é cineasta e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1979, quando fez seu primeiro filme, O Que Eu Conto Do Sertão É Isso, produz filmes nos quais se preocupa em contar a história do ponto de vista dos trabalhadores. Neles, o documentarista mostra a classe trabalhadora como protago
nista, sujeito da história, e, não apenas, como figurante, coadjuvante dela. [25.01.2007]
Hamilton de Souza:
“O jornalista interfere na realidade, pode mudar a vidas das pessoas”
Por Marcela Figueiredo
Hamilton de Souza é professor de comunicação da PUC/SP, editor da revista Sem-Terra e colunista da Revista Caros Amigos e membro do Conselho Editorial do Brasil de Fato, onde mantém a coluna semanal Fatos em Foco. Concedeu esta entrevista após o debate promovido pelo NPC em seu 12º Curso Anual de Comunicação, onde defende a necessidade de os trabalhadores criarem a sua própria mídia.[30.11.2006]
Giovanni Alves:
“O cinema é a única arte capaz de nos envolver de forma radical, tocar, inclusive, no núcleo humano.”
Por Marcela Figueiredo
Giovanni Alves é doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, professor de sociologia da UNESP/Marília e autor de vários livros. É também é coordenador-geral do projeto Tela Crítica. No 12º Curso Anual do NPC, expôs sua opinião a respeito do uso do cinema como ferramenta dos Movimentos Sociais. Após a palestra,conversou com o BoletimNPC sobre projeto e ressaltou a utilidade do cinema como ferramenta de reflexão crítica. [02.12.2006]
Marcos Alvito:
“A dor do povo não sai nos jornais”
Por Marcela Figueiredo
Marcos Alvito é professor do departamento de História da Universidade Federal Fluminense. Flamenguista. Tem cinco livros publicados, entre eles As Cores De Acari
e o mais recente Futebol Por Todo O Mundo, com o professor Vitor Andrade de Melo. Atualmente está se dedicando a uma pesquisa sobre o policiamento nos estádios de futebol. Possui um portal na Internet onde publica seus textos, resenhas, artigos e materiais usados com seus alunos: www.opandeiro.net. Em uma conversa que durou mais de duas horas, Marcos Alvito falou sobre sua pesquisa na favela, as amizades que fez lá e seus vários outros trabalhos. [14.02.2007]
Gustavo Gindre:
“Nós temos três pedidos de audiência protocolados no Ministério das Comunicações. Nem resposta nós tivemos”
Por Marcela Figueiredo
Gustavo Gindre é jornalista, coordenador Geral do INDECS (Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura) e membro do coletivo Intervozes. Defensor de uma comunicação democrática e transparente, Gustavo Gindre participou da mesa “TV digital: para onde vai a TV no Brasil”, no 12º Curso Anual do NPC. Esta entrevista foi realizada no dia 24 de janeiro de 2007 em uma livraria de Ipanema-RJ. Em sua fala podemos perceber a preocupação com a criação de um modelo de televisão que possibilite uma verdadeira inclusão digital a todos os cidadãos brasileiros.
Ademar Bogo:
MST é cultura: Ideologia, tradição, pensar, fazer e sentir fazem parte da política cultural do Movimento
Por Renata Souza
Para Ademar Bogo, o conceito de cultura no Movimento dos Sem Terra (MST) é consequência da própria existência do ser humano e, no caso do Movimento dos Sem Terra, da própria vida no campo. Segundo Bogo, membro da coordenação nacional do MST, a valorização da tradição e das manifestações regionais enriquece o movimento. É por isso que a atividade produtiva nos assentamentos é voltada para um tipo de ação que contesta a produção feita pelo grande mercado. E no projeto cultural do Movimento, o teatro, a poesia, a música e os mais diversos tipos de manifestações culturais partem e se baseiam na realidade do campo e apontam horizontes mais amplos. “Para nós a cultura tem como base três pilares: pensar, fazer e sentir. Porque ela é tudo que pensamos, fazemos e sentimos. E ela é expressa a partir do gosto e da beleza, que é uma estética que vem do movimento porque dá forma às nossas idéias”, afirma.
Bogo é autor , entre outros, dos livro “A vez dos valores”, “Lições da Luta pela Terra” e “Teoria da Organização Política”.